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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ricardo Barros responde 114 processos na Justiça Federal

Os problemas que todos previam para a coligação de Beto Richa por sua associação com o ficha suja Ricardo Barros, o homem do PP do Paraná, já começaram.

E os problemas com Ricardo Barros já começaram pesado. O TRE multou o deputado em R$ 10 mil por propaganda eleitoral antecipada. 

Junto com a multa veio a informação que Ricardo Barros, que disputa uma vaga ao Senado na coligação liderada pelo PSDB, tem nada menos que 114 processos junto a Justiça Eleitoral. Deve ser uma espécie de recorde mundial. O homem é um ficha sujíssima.

No mesmo processo, também recebeu condenação o jornal O Diário do Norte do Paraná, que na condição de cúmplice no delito, terá que pagar multa de R$ 5 mil pela veiculação da propaganda irregular. 

A delinqüência de Ricardo Barros não se limita aos crimes eleitorais. Como prefeito de Maringá (período de 1989 a 1993), o candidato pepista foi condenado por improbidade administrativa. Entre outras façanhas que chamaram a atenção do Ministério Público estava a contratação de funcionários sem concurso público.

Na avaliação da maioria dos políticos, a adesão de Ricardo Barros à chapa de Beto Richa foi um erro político gravíssimo. Para ganhar a adesão do PP, que representa o acréscimo de um minuto e dez segundos de tempo na televisão, a coligação tucana se submeteu aos riscos de trazer para sua companhia um dos políticos com um dos passados mais tenebrosos da política paranaense.

Ricardo Barros já demonstrou sua verdadeira natureza quando teria forçado a coligação tucana para manter o irmão de Beto Richa, Pepe, como seu suplente na chapa do Senado. A idéia é a de comprometer o ex-prefeito de Curitiba com seu destino e evitar qualquer tentativa de abandono.

O método que teria sido usado, a pressão, ameaçando tirar o PP da coligação, dá bem a idéia do tipo de político que é Ricardo Barros. O tipo perigoso, que joga bruto e que não tem noção de limites.

Os dirigentes do PSDB não pode sequer alegar não saber com quem estava se metendo ao permitir que Ricardo Barros se unisse à coligação de Beto Richa. Barros é um político notório.

Além de seu transformismo, que permitiu que fosse líder de FHC e, logo depois, líder de Lula na Câmara dos Deputados, é um político que coleciona condenações. 

Ele e seus associados, entre eles o ex-deputado Pinga Fogo de Oliveira e a TV Maringá (Bandeirantes), acumulam dezenas de milhares de reais em multas nas últimas eleições por propagandas irregulares em favor dos candidatos da família de Ricardo Barros, que agem em Maringá com a desenvoltura dos senhores de engenho do Nordeste no início do século passado.

O escândalo ronda o deputado Ricardo Barros. Em março de 2009 ele foi condenado pela 2.ª Vara Civil a devolver aos cofres públicos o dinheiro adquirido com a venda de dois equipamentos coletores e compactadores de lixo da Prefeitura, realizada em 1991 quando era prefeito de Maringá.

Na decisão, o juiz Airton Vargas da Silva considerou que houve fraude na venda dos equipamentos. Na época, a denúncia sobre as irregularidades foram feitas pelo ex-vereador e ouvidor municipal Euclides Zago Alexandre da Silva.

Segundo a ação civil pública do Ministério Público (MP), no dia 20 de novembro de 1991, Ricardo Barros designou uma comissão para avaliar os coletores de lixo e teria simulado a venda para a prefeitura de Luiziana, cidade localizada a 130 quilômetros de Maringá. Como a lei permite a negociação entre municípios sem licitação, o nome da Prefeitura de Luiziana foi usado para que um dos integrantes da comissão de avaliação, Luiz Carlos Toledo Soares, comprasse os equipamentos sem a necessidade de disputar uma licitação. 

“Ocorre que os coletores não foram adquiridos pelo município de Luiziana. O pagamento dos coletores foi realizado com cheque de emissão de Luiz Carlos Toledo Soares, membro da comissão nomeada por Ricardo Barros para proceder a avaliação de ditos equipamentos”, escreveu o juiz na condenação. Na ocasião, os coletores foram avaliados pelos membros da comissão como inservíveis (sem utilidade) – o que lança suspeita sobre o valor da avaliação. A sentença também condenou o espólio de Luiz Carlos Toledo Soares a ressarcir os cofres públicos.

O deputado Ricardo Barros disse que iria recorrer da condenação ao Tribunal de Justiça. “Existe mesmo essa denúncia, mas não participei desse evento. Confiei nas pessoas designadas para fazer a avaliação. Recebemos o dinheiro e não houve prejuízo para a Prefeitura. Não fui beneficiado. Vai ser mais um processo arquivado pelas instâncias superiores das dezenas que já respondi”, gabou-se.

O mal, porém, já está feito. A adesão à sua candidatura de um político com essas características representa o inverso de tudo aquilo que Beto Richa pretende passar para o eleitor. 

Em lugar de modernidade, de um novo estilo de fazer política, Ricardo Barros representa tudo aquilo que o eleitor abomina. Tudo o que é antigo, ultrapassado e que deveria ter sido superado no modo de fazer política está ali, com todos os defeitos e vícios.

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