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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A guerra por trás da discussão do veto ao amianto



 
O mercado movimenta mais de R$ 3 bilhões por ano; os grandes rivais são Eternit e Brasilit



O banimento do amianto é considerado uma discussão complexa no Brasil porque envolve fatores econômicos além das questões de segurança da saúde de consumidores e trabalhadores expostos aos riscos da inalação de fibras do minério no ambiente de trabalho e no manuseio de telhas e caixas d´água. Esse setor- que abrange da fase da mineração á aplicação do amianto - movimenta no país algo em torno de R$ 3 bilhões. Desse total, estima-se, cerca de 80% são produtos feitos à base de amianto.



Os 20% são fabricados com materiais alternativos.



Nesse mercado, há praticamente duas grandes forças. De umlado, está a Eternit, maior fabricante de produtos à base do minério, com cerca de 30% de participação de mercado. De outro, a Brasilit, do grupo francês Saint-Gobain, fabricante de materiais sem amianto.O banimento do minério no país poderia significar a perda de participação de mercado do maior player do setor e o avanço de um concorrente de peso.



A briga entre os dois gigantes é ferrenha. A Eternit apóia estudos para demonstrar que o veto à fabricação e ao uso do amianto provocaria o fechamento de mais de 170 mil postos de trabalhos e o país assistiria à súbita elevação dos preços de produtos fabricados com fibras alternativas.



A Brasilit, por seu lado, apóia o trabalho da Associação Brasileira das Indústrias de Fibrocimento (Abifibro), que incentiva o aumento da fiscalização da Vigilância Sanitária nos Estados que já proibiram o minério.



A disputa chegou às telas da televisão. Durante uma longa temporada, a Brasilit foi um dos patrocinadores do quadro Lar Doce Lar, comandado por Luciano Huck em seu programa semanal aos sábados, na Rede Globo. Enquanto a Eternit se tornou um dos patrocinadores do Domingo Legal, do SBT.



A Eternit parece sentir que, cedo ou tarde, a Justiça vai banir o produto no país. Nos últimos anos, a empresa diversificou as operações, com lançamento de louças e metais sanitários e outros materiais que não dependem do amianto - que já respondem por mais de 20% da receita de R$ 1 bilhão. Procurada, a Brasilit não se pronunciou



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A disputa chegou nas telas da TV: Brasilit e Eternit tentam ganhar a preferência dos consumidores patrocinando programas populares, como os "extreme makeover" Lar Doce Lar, da Globo, e Domingo Legal, do SBT


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