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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Mortalidade infantil caiu 17,6% em Curitiba no primeiro semestre

Curitiba registrou  no primeiro semestre deste anos uma redução de 17,64% no número de óbitos infantis, em comparação com o mesmo período de 2013. A redução reflete, entre outros fatores, o reforço em medidas e programas direcionados às gestantes atendidas pela rede de saúde pública do município, por meio do Programa Mãe Curitibana/Rede Cegonha.
Entre janeiro e junho de 2013, foram registrados 119 óbitos de bebês menores de um ano. No primeiro semestre deste ano, foram 98 casos. O coordenador do Programa Mãe Curitibana/Rede Cegonha da Secretaria Municipal da Saúde, Wagner Aparecido Barbosa Dias, explica que a redução da mortalidade infantil é reflexo das ações que vêm sendo implantadas em todas as áreas de assistência à saúde da mulher. O trabalho inicia no pré-natal feito nas unidades básicas de saúde com os profissionais das unidades básicas de saúde, passando pelo parto na rede hospitalar conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba e o acompanhamento pós-parto.

Karina dos Santos realizou todo o pré natal da Kauane Cristina na unidade básica de saúde Vila Verde, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Desde o início da gravidez, a agente comunitária Maria Moreira intensificou as visitas na casa da Karina para ressaltar a importância da frequência nas consultas médicas e de enfermagem, dos exames, cuidados com a higiene bucal. “Agora, mesmo com a Kauane já estando com 1 ano e 7 meses, continuo vindo aqui para conferir a carterinha da vacinação, consultas médicas e odontológicas e a importância da nutrição saudável”, explicou Maria.
“A unidade de saúde atende toda a minha família e sempre foram muito atenciosos. Essa presença deles na nossa casa e o bom atendimento na unidade fizeram com que minha gestação fosse muito mais tranquila. Sei que se por acaso esquecer alguma vacina ou consulta, eles vão me avisar”, frisa Karina.
Mudanças
Wagner Dias lembra que, no início do ano passado, para aprimorar o diagnóstico das gestantes de risco e melhorar o atendimento pré-natal, a Secretaria promoveu uma reorganização para atendimento às grávidas classificadas como gestantes de risco. “Tínhamos mais de 700 mulheres na fila aguardando a confirmação da gestação de risco e o encaminhamento para atendimento em hospital especializado. Promovemos uma ação concentrada com os ginecologistas e obstetras do Programa Mãe Curitibana para a avaliação dessas mulheres e o encaminhamento rápido para o serviço mais adequado, pois uma gestante de risco não pode ficar aguardando meses para ser atendida”, comenta. Trata-se dos casos de mulheres que precisam de acompanhamento constante em função de problemas como diabetes gestacional, hipertensão e hipotireoidismo, além de outros problemas que podem comprometer a gestação.
As demais, classificadas como gestantes de risco habitual, fazem o acompanhamento pré-natal nas unidades básicas de saúde, em parceria com os profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) – obstetras, ginecologistas, pediatras, nutricionistas e outros.
Em 2013, Curitiba registrou o menor número de óbitos entre crianças de toda a história, com um total de 220 casos. O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, fala que a adoção das diretrizes da Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, veio acrescentar ainda mais qualidade ao Programa Mãe Curitibana no que diz respeito à assistência à mulher e à criança. “Houve um importante reforço no acompanhamento dos casos biológicos e de maior vulnerabilidade social. A gestante precisa ser vinculada rapidamente ao programa, para iniciar o pré-natal ainda nas primeiras semanas de gravidez e realizar todos os exames necessários ao longo dos nove meses. É uma segurança para a mãe e para o bebê”, afirma.
Além disso, de acordo com o seu perfil – gestante de risco ou risco habitual –, a gestante já fica sabendo onde fará o parto. No caso de gestante de risco, além do acompanhamento na unidade básica de saúde, ela também tem consultas programadas com os especialistas do hospital de referência onde será o parto. “O objetivo é zerar os casos de mortes evitáveis entre os bebês. E isso envolve desde o acompanhamento pré-natal até o desenvolvimento da criança até os dois anos, que é feito pela unidade de saúde”, diz o secretário.

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