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sábado, 13 de setembro de 2014

Violência e raça: evolução dos óbitos por homicídio no Brasil entre 2002 e 2012

via Fundação Perseu Abramo

Estudo do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser) apresenta a evolução dos óbitos por homicídio no Brasil entre 2002 e 2012. Nesse período, o número anual de homicídios de negros aumentou em mais de 11 mil ocorrências, ao passo que entre a população branca se reduziu em cerca de 4,5 mil casos. Assim, o peso relativo dos homicídios de negros aumentou, como mostra o gráfico abaixo.



Em 2012, em todo o país, a taxa de mortalidade por homicídios por 100 mil habitantes de jovens de 15 a 24 anos negros foi igual a 145,8. Entre 2002 e 2012, a mortalidade por homicídio dos jovens negros cresceu 14,6% e a dos jovens brancos caiu 31,9%.

Comparando a taxa de mortalidade por homicídios de jovens negros (145,8) com: i) o mesmo indicador da população masculina negra como um todo, verifica-se assimetria de 131,3%; ii) Com a da população masculina como um todo (53,8), encontra-se diferença de 169,2%; iii) Com a dos jovens brancos (56,4), encontra-se desigualdade de 158,7%; iv) com a das mulheres brancas como um todo (3,2 por 100 mil habitantes) há uma astronômica diferença de 4.457,4%. Este conjunto de indicadores sobre os homicídios em todo o país revela que homens negros, especialmente os jovens, são as maiores vítimas desse cenário.

As disparidades dos índices de homicídios entre as populações negra e branca, em especial na juventude negra, é um dado a ser considerado, pois vem aumentando expressivamente ao longo dos últimos dez anos, apesar de diversas melhorias sociais, especialmente na educação, mercado de trabalho e desigualdades sociais.

Para ler mais:

LAESER, Tempo em curso, Ano VI; Vol. 6; nº 7, Julho, 2014

Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista

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