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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Mulheres do MST comemoram dupla maternidade reconhecida pela justiça

Casal esperou um mês até que a Justiça determinasse ao cartório a realização do registro no nome do casal. As duas mães do menino nascido em outubro vivem em um assentamento do MST, em Catanduvas (SC).
 

Casadas há um ano e meio e juntas há oito anos, a professora de Geografia Daiane Maria Paz e a agricultora Mariana Cutis Arante comemoram a dupla maternidade do filho Pedro. Daiane deu à luz no dia 24 de outubro e o casal esperou um mês até que a Justiça determinasse ao cartório a realização do registro no nome do casal. 

De São Paulo, da Radioagência BdF, Leonardo Ferreira.

As duas mães vivem em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Catanduvas (SC). Este é o primeiro do tipo na cidade. Para Daiane, o reconhecimento da dupla maternidade abre a oportunidade para decisões similares a outros casais.

“A gente conseguiu o registro da dupla maternidade. Reconhecer a família das crianças é um passo importante para garantir os seus direitos. Para nós foi uma vitória que precisa ser comemorada.”


O casal desistiu de adotar uma crinça quando descobriu que a fila de espera poderia durar até quatro anos. Daiane aponta ainda que a decisão da justiça abre precedente para que outros casais busquem o reconhecimento.

“Quanto mais casos, mais vai se pressionando para construir uma legislação específica. A gente tem enfrentado dificuldades tanto no congresso quanto no judiciário, mas a gente tem caminhado. Cada vez que constrói um processo que consegue uma vitória dessas, é um tijolinho a mais na construção dessa política, desses direitos.”

No fim de 2013 Daiane fez uma fertilização in vitro através de um projeto de reprodução assistida popular de São Paulo. Em fevereiro, ela e a companheira se mudaram para a cidade onde nasceria o bebê.

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