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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Mais um tiro no pé do Facischini: BLACK BLOCS ERAM ENFERMEIRAS E BOMBA CASEIRA ERA LEITE DE MAGNÉSIA

por Viviani Costa (Jornal de Londrina) reproduzido no site Jogo do Poder

A reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Berenice Quinzani Jordão, repudiou as declarações do secretário de Estado da Segurança Pública (Sesp), Fernando Francischini, que associou imagens de estudantes e de professores da UEL a “grupos radicais” e black blocs que teriam participado do protesto realizado há uma semana em Curitiba.

Após reunião com estudantes que aparecem nas imagens e representantes do sindicato dos professores da UEL (Sindiprol/ Aduel), a reitora da universidade conversou com representantes da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e pediu o apoio de deputados da Assembleia Legislativa para que a ação da Polícia Militar seja investigada. “Não vamos admitir que as imagens de estudantes e docentes da universidade sejam veiculadas de maneira imprópria associando-os a grupos radicais como se eles estivessem de alguma maneira armados com equipamentos, instrumentos ou produtos que viessem a levá-los a qualquer responsabilização sobre os atos de violência praticados e vistos por todo o País”, ressaltou Berenice.

Uma das imagens divulgadas pelo secretário Fernando Francischini mostrou manifestantes que misturavam um pó branco a um líquido que estava dentro de garrafas plásticas. Conforme o secretário, a polícia acredita que os itens poderiam ser bombas caseiras produzidas com cal.

No entanto, um dos diretores do sindicato que representa os professores da UEL (Sindiprol/Aduel), Sinival Osório Pitaguari, afirmou que professores e estudantes da área de enfermagem da UEL misturaram leite de magnésia em água para reduzir os efeitos do gás lacrimogênio e do spray de pimenta utilizados pelos policiais. “O leite de magnésia foi comprado em farmácias próximas e misturado nas garrafas de água. Foi a única solução rápida encontrada no local, já que o conflito havia começado”, explicou. O sindicato pede a colaboração dos manifestantes para reunir informações, fotos e imagens do conflito e pedir providências.

Um dos estudantes mostrados nas imagens divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública durante o protesto da semana passada no Centro Cívico afirmou que a mistura identificada pelo secretário Fernando Francischini como suposto material para fabricação de bomba caseira também foi feita com uma espécie de antiácido. “Saímos com esses líquidos para ajudar as pessoas que sentiam irritação nos olhos. Aplicamos em vários manifestantes e isso aliviou os sintomas. Nós estávamos também com vinagre para cheirar caso alguém fosse atacado com gás lacrimogênio. Foi uma cena de guerra”, contou o estudante, que preferiu não ser identificado, sobre a repressão violenta da Polícia Militar na histórica manifestação de 29 de abril. O rapaz negou participação em grupos radicais ou black blocs. Quatro estudantes da UEL foram presos e liberados no mesmo dia da manifestação. “Ninguém foi para tumultuar. Um policial à paisana abordou um dos estudantes com uma rasteira. Ninguém sabia o que estava acontecendo e ele não se identificou. Os que foram presos estão ainda muito abalados”, relatou.


Veja as imagens apresentadas por Francischini: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/04/governo-do-parana-divulga-video-de-supostos-black-blocs-em-protesto.html

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