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terça-feira, 19 de maio de 2015

ONGs contra o câncer são acusadas de roubar US$ 187 milhões de doadores nos EUA

Em um dos maiores casos de fraude por instituições de caridade no país, ação judicial afirma que dinheiro foi usado em gastos pessoais por 'ONGs de fachada'


no Opera Mundi


Quatro organizações beneficentes norte-americanas estão sendo acusadas de roubar US$ 187 milhões de seus doadores e desviar a quantia para gastos pessoais. A FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA) apresentou nesta terça-feira (19/05) uma ação conjunta contra as ONGS, representando um dos maiores casos de fraude feita por instituições de caridade "de fachada" da história do país.

De acordo com a acusação, as organizações não realizaram os serviços prometidos aos doadores e o dinheiro arrecadado foi gasto em "luxos pessoais", como cruzeiros no Caribe, viagens para a Disney World e entradas em shows.

Julen/Flickr/CC
Doações eram feitas por telefone, internet e correio; apenas 3% do arrecadado foi gasto no combate ao câncer

O processo, apresentado em um tribunal do Arizona, acusa a Câncer Fund of America, a Children's Câncer Fund of America, a Câncer Support Services e a The Breast Câncer Society de serem organizações fraudulentas que roubaram clientes desprevenidos entre 2008 e 2012, informou a procuradoria de Nova York em comunicado.

Duas das organizações envolvidas e três indivíduos que as dirigem aceitaram as bases do acordo prévio proposto pela promotoria, que inclui indenizações de US$ 137 milhões, o fechamento das entidades e que seus líderes não possam voltar a trabalhar para organizações não governamentais.

O processo argumentou que o caso é uma "fraude maciça e nacional", já que os acusados gastaram em benefício próprio a maior parte das doações que receberam, enganando os doadores com um plano de contabilidade que incluía o envio de remédios e outros bens a países em desenvolvimento.

A denúncia especifica que as quatro organizações definiram a si mesmas como "organizações beneficentes legítimas" por meio de ligações telefônicas, solicitações diretas por correio, em seu site e em outros meios.

As empresas inclusive descreveram os programas específicos que os doadores estariam apoiando, como medicação para crianças com câncer, transporte de pacientes à quimioterapia e o financiamento de um centro de cuidados paliativos para pacientes em estágio final de câncer — nenhuma das empresas envolvidas, entretanto, chegou a realizar as iniciativas propagandeadas. Somente 3% do arrecadado, informa a promotoria, foi utilizado para os propósitos corretos.

"O câncer é uma doença que afeta milhões de americanos a cada ano. A atroz argúcia dos envolvidos privou as legítimas organizações contra o câncer e os pacientes de milhões em doações", alegou a diretora do Escritório de Proteção ao Usuário do FTC, Jessica Rich.

A nota assinalou que 85% das doações foram para arrecadadores profissionais, e o resto foi destinado aos salários dos dirigentes, que contrataram amigos e familiares para ajudar a simular as operações.

* Com informações da Agência Efe

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