Enquanto o mundo acompanha o drama da tentativa de entrada de refugiados na Europa, dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) mostram que, no ano de 2014, atingiu-se o recorde de pessoas deslocadas por guerras no mundo: 59,5 milhões de pessoas, sendo 19,5 milhões de refugiados, 38,2 milhões de deslocados internos e 1,8 milhão de solicitantes de refúgio. Segundo a organização, a Síria é o país que gerou o maior número tanto de deslocados internos quanto de refugiados (respectivamente 7,6 milhões e 3,9 milhões de pessoas), seguida de Afeganistão e Somália. Ainda segundo a organização, são países e regiões ditos em desenvolvimento que acolhem 86% dos refugiados no mundo.
Também segundo o Acnur, o Brasil possuía, em outubro de 2014, 7.289 refugiados reconhecidos, de 81 nacionalidades distintas, sendo 25% mulheres. Os principais grupos de refugiados no Brasil são compostos por cidadãos da Síria, Colômbia, Angola e República Democrática do Congo (RDC). Ainda, o total de pedidos de refúgio no país aumentou mais de 930% entre 2010 e 2013 (de 566 para 5.882 pedidos), alcançando 8.032 em outubro de 2014. Em 2014, a maioria das solicitações de refúgio no Brasil foi apresentada em São Paulo (26% do total), Acre (22%), Rio Grande do Sul (17%) e Paraná (12%). Regionalmente, estas solicitações estão concentradas nas regiões Sul (35%), Sudeste (31%) e Norte (25%) (possuindo o Nordeste e Centro-Oeste, respectivamente, 1% e 7% do total).
Os dados mostram que o drama das pessoas deslocadas por guerra no mundo tem aumentado, com novos recordes sendo batidos a cada ano. Percebe-se também que o papel que o Brasil tem assumido na recepção destes refugiados torna a questão digna de ser mais visibilizada no país.
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