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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Para Solla, demissão de Chioro é “grande pancada” nos militantes do SUS

O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) lamentou a demissão de Arthur Chioro do cargo de ministro da Saúde, confirmada na manhã desta terça-feira (29). “É uma grande pancada que os militantes do SUS estão recebendo do governo”, afirmou. 

Para Solla, “a decisão da presidente Dilma de lotear o cargo para tentar atrair a fidelidade do PMDB no Congresso é ingênua, posto que terá resultado efêmero, e a cada votação se reestabelecerá uma nova chantagem”, disse.
 
O petista cita a sessão do Congresso Nacional na terça-feira (22) passada, quando, mesmo após o acordo que cedeu o Ministério da Saúde para o PMDB, apenas 34 dos 66 deputados do partido votaram pela manutenção dos vetos da presidente Dilma. “Não há governabilidade. Enquanto o governo ficar se submetendo a chantagem, vai ser refém o tempo todo. Não tem saída nessa política rebaixada”, completou.

Para a sessão desta quarta-feira (30) que analisará o restante dos vetos, o PMDB figura entre os partidos que se negam a dar quorum se não for apreciado também o veto do financiamento empresarial de campanha. “E isso vai se repetir sempre. E quando a infidelidade do PMDB definir uma derrota do governo, vai fazer o que? Demitir os ministros?”, indagou.

Ex-secretário estadual de Saúde da Bahia, o parlamentar ressaltou o descontentamento dos militantes do setor com a negociação envolvendo a pasta da saúde. “Gerou desgaste muito grande com um segmento da sociedade que defendia esse governo, justo no ano da conferência nacional de saúde, que mobiliza milhares de atores sociais que estão em defesa do SUS”, disse.

O parlamentar também reclamou dos cortes orçamentários na Saúde para este ano e o ano que vem. “É equívoco até do ponto de vista de superação da crise econômica, porque investir na saúde não é só política social, esse é um setor que emprega muita gente e movimenta muito a nossa economia. De acordo com o IPEA, se o país gastasse mais 1% do seu PIB com saúde, a renda média das famílias aumentaria em 1,44%, e o PIB como um todo aumentaria 1,70%. Estamos fazendo o caminho inverso”, lamentou.

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