Páginas

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Rede de Médicos Populares: plenária nacional reafirma atuação em defesa do SUS

rede_plenaria nacional_ENFF

Integrantes da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares estiveram reunidos entre os dias 29 e 30 de agosto, em Guararema (SP)

Da Redação do Saúde Popular

Para discutir o sistema único de saúde, as contradições de setores elitistas da categoria médica e os interesses privados na saúde, cerca de 50 médicos reuniram-se nos dias 29 e 30 de agosto em Guararema, interior paulista. Eles participaram da Plenária Nacional da Rede de Médicas e Médicos Populares, que teve como objetivo organizar as pautas e métodos de atuação do grupo, que nasce para afirmar a posição desses profissionais que exercem a medicina ao lado do povo.

Durante a atividade, segundo a médica Nathalia Neiva, que integra a Rede, o grupo debateu a situação atual da saúde no país e o papel da Rede de Médicas e Médicos Populares diante da atual conjuntura.

“A nossa principal luta é a defesa do SUS [Sistema Único de Saúde], enquanto sistema público, gratuito e universal, e somos contrários a privatização direta do serviço de saúde. A gente reconhece o Programa Mais Médicos como uma proposta emergencial lançada pelo governo, que trouxe muitos benefícios para a população, mas que precisa avançar com relação a discussão deste programa e lutar pela construção de uma carreira de trabalho para todos os profissionais do SUS, além de ampliar nossa capacidade de discutir seus modelos de financiamento”, disse.

Para além das pautas específicas da saúde, os médicos discutiram temas relacionados à conjuntura política nacional como a necessidade da democratização da comunicação e a reforma do sistema político brasileiro.

Segundo Nathalia, um dos grandes problemas do SUS é estar relacionado ao financiamento privado de campanha, pois grandes planos de saúde financiam alguns candidatos que, posteriormente, votam medidas no Congresso que são contrárias aos interesses do sistema público. “Para o SUS vir a dar certo é necessário uma reforma política via Constituinte”, afirmou.

Plenárias regionais

Ao longo do ano, em cidades como São Paulo e Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), João Pessoa, Campina Grande e Cajazeiras (PB), Recife e Caruaru (PE), Goiânia (GO), Natal (RN), Porto Alegre (RS), a Rede Nacional realizou algumas plenárias regionais para estruturar sua organização e forma de atuação.

Além de reunir integrantes dos estados onde já ocorreram reuniões da Rede, também participaram representantes de localidades que ainda não tiveram plenárias, como Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Pará. A proposta do encontro foi promover a troca de experiências dessas iniciativas regionais e dar encaminhamentos para a proposta do movimento de agir efetivamente na luta pela garantia do direito à saúde

“A nossa forma de organização foi melhor definida neste processo. A gente vai funcionar com núcleos nas cidades, que são flexíveis e muito relacionados à forma como cada cidade tem sua dinâmica. A ideia é que agora a gente fortaleça nossos estados, que as pessoas voltem e construam plenárias regionais. Nas cidades que já aconteceram, a ideia é dar seguimento às atividades e tentar capilarizar ao máximo a nossa atuação” pontuou Nathalia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário