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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Se alguém ainda tinha alguma dúvida que a vaca foi pro brejo... Bebeto toma lição de "moral" do... Tony Garcia!?!?

“Amigão do peito” tira a máscara de Beto Richa



Outrora “amigão do peito”, companheiro de todas horas, inclusive às dedicadas ao dolce far niente e às corridas de carro. Em tudo, muito se pareciam. Ambos tipo playboy e vaidosos com a aparência pessoal. Logo passou a ocupar o espaço de homem influente nas decisões que envolviam dinheiro público, e eis que entra em cena o primo Luiz Abi Antoun, que tanto fez que tirou Tony Garcia do circulo fechado que fazia e desfazia, e só ele, Abi, passou a atuar nas decisões cruciais e outras nem tanto. “O poder que você detém hoje é efêmero, ao final do seu mandato nada mais lhe restará a não ser a leveza e a paz daqueles que cumpriram sua missão com honradez ou o triste fim daqueles que terão que enfrentar a solidão e o tormento de buscar em tribunais judiciais a liberdade perdida“, diz Tony Garcia em carta aberta a Beto Richa, tornada pública via Face.

– “É com enorme pesar que escrevo esta carta aberta. Cansei de falar particularmente e aqui expresso não só minha opinião, mas também de uma legião de amigos “das antigas” que ainda torce por sua recuperação moral”

Está no blog da jornalista Roseli Abrão:

O deputado Anibal Curi, por muitos anos considerado o “guru” dos políticos paranaenses, costumava dizer que, assim como na vida, na política não existe amizades (ou inimizades) que sejam eternas. Amigo de longa data – na vida pessoal e na política – de Beto Richa, o ex-deputado Tony Garcia rompeu com o governador do Paraná. Os motivos estão numa longa “carta aberta ao governador Beto Richa”, publicada em seu perfil no Facebook.

Garcia fala que Richa é uma “personalidade claudicante”, dos “equívocos” cometidos por ele nesses cinco anos de governo, o que na sua avaliação o faz deter, hoje, “a mais alta taxa de rejeição” de um governante deste Estado; acusa Richa de, “talvez por má influência” da equipe que o cerca, ter se afastado dos “ensinamentos de seu pai, homem experiente, honrado e probo, que quando assumiu o governo fez o caminho inverso ao seu” e muito mais.

Aqui, na íntegra, a carta de Tony Garcia, nas quais explica os motivos do rompimento:

”Governando o Paraná há quase cinco anos, você detém a mais alta taxa de rejeição de um governante de nosso Estado pós-ditadura. Não é por acaso que isso acontece, os equívocos constantes em tomadas de decisões, sejam elas por má orientação de sua equipe ou mesmo pelo traço forte de sua personalidade claudicante, são as principais causas para isso.

Seu governo é campeão em produzir, todo tempo, de maneira eficiente crises desnecessárias em todos os segmentos da sociedade, fazendo transparecer um evidente desmando. Os recuos constantes em pautas colocadas à sociedade, além de trazerem um desgaste enorme a você mesmo, cada vez mais, consolidam na população a falta de autoridade que seu cargo requer. As idas e vindas, avanços e recuos a ninguém interessa, principalmente neste momento que nosso país atravessa.

Por conta de alianças programáticas e pragmáticas muito bem costuradas, você foi eleito no primeiro turno por uma maioria esmagadora. Mas frustrou quem esperava em seu segundo mandato o propalado choque de gestão, austeridade, égides contra a corrupção e a tão necessária transparência.

Com razão, você se diz um homem de sorte. Ela lhe acompanha há muito tempo, como bem sei, mas somente isso não será suficiente para tirá-lo das encrencas em que se meteu. Sorte é como dinheiro, não aceita maus tratos. Diante das dificuldades que enfrenta desde o início de seu segundo mandato, você lida muito mal com as adversidades; seus pronunciamentos mais confundem do que explicam e, em um processo suicida, usa a negação do inegável como forma de defesa – o que faz com que os fatos imputados a você tenham mais consistência para a acusação e mais cores para a opinião pública.

Você, que estava somente acostumado a navegar com as marés a favor, saiba: remar contra a maré é o que distingue os homens fortes dos fracos, os inteligentes dos pouco inteligentes e os honestos dos desonestos. As adversidades são os grandes divisores de água na história da humanidade, ter caráter e força para passar por elas é que prova o valor de um homem.

Diante da crise, um governante com visão ampla não se fecha em seus pequenos círculos, pois o fazendo, irá experimentar apenas mais do mesmo, reincidindo nos mesmos erros, insistindo nas mesmas ideias e posicionamentos. Ficar trancado nas opiniões e informações que seus amigos de palácios lhe passam é limitante, fantasioso e muito perigoso. A vida real acontece em outros lugares, fora dessa falsa proteção. Muitos foram seus amigos, entre eles eu, que o alertaram de suas novas (ou antigas) companhias. Na medida em que pessoas com pensamentos e interesses que manchavam sua reputação e se aproximavam de você com más intenções, seus amigos verdadeiros chamaram sua atenção diversas vezes para o que estava acontecendo e como você não deu ouvidos, não nos restou outra opção a não ser nos afastarmos.

Talvez por má influência, você se afastou dos ensinamentos de seu pai, homem experiente, honrado e probo, que quando assumiu o governo fez o caminho inverso ao seu, manteve-se longe de quem poderia comprometer sua honra pessoal e a liturgia do cargo para o qual foi eleito. Homem sábio, não deixou, por pequenos favores, que pessoas nefastas se aproximassem; agiu assim com o parente distante Luis Abi, evitando os dissabores que hoje, mais de 30 anos depois, você enfrenta e pelo visto continuará a enfrentar.

A vida infelizmente nos ensina pelos nossos próprios erros, às vezes nos dá uma segunda chance para que possamos rever conceitos e retomar o rumo certo. É sua obrigação, principalmente pelo tempo que ainda lhe resta à frente do governo, afastar-se definitivamente do que compromete seu capital político, pessoal e moral. O poder que você detém hoje é efêmero, ao final do seu mandato nada mais lhe restará a não ser a leveza e a paz daqueles que cumpriram sua missão com honradez ou o triste fim daqueles que terão que enfrentar a solidão e o tormento de buscar em tribunais judiciais a liberdade perdida.

Olhe os exemplos recentes de malfeitores públicos e privados, pagam um alto preço pelos erros cometidos e não corrigidos enquanto podiam. Você ainda está entre aqueles que podem resgatar o que a cegueira do poder tirou, pois mesmo adormecido, tenho certeza que ainda existe aquele menino que conheci educado com princípios rígidos por pai e mãe maravilhosos.

É com enorme pesar que escrevo esta carta aberta. Cansei de falar particularmente e aqui expresso não só minha opinião, mas também de uma legião de amigos “das antigas” que ainda torce por sua recuperação moral”.

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