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terça-feira, 22 de março de 2016

O Plano Temer II: "É o mercado, seu estúpido!!!"

Não, o problema não está somente em blindar ou deixar de blindar o Lula.

O problema não está em o Lula virar ou não ministro.

Nem sequer está só nas delações premiadas/canalhas de Delcídios e afins.

O problema vem lá de trás.

E foi consubstanciado em uma excrescência chamada “Agenda Brasil”, que foi apresentada ao distinto público – e ao deus Mercado – por Renan Calheiros em Agosto do ano passado. Na ocasião o ex-comunista e hoje pecuarista (réu no STF) vendeu o papelucho como se fora uma “contribuição da Casa Legislativa para garantir a superação da crise econômica” e a consequente falta de governabilidade.

Puro altruísmo.

Esqueceram-se de contar que os operadores de mercado, empresários e neo-liberais de plantão eram os verdadeiros autores da barbaridade. 

José Serra (petroleiras), Armínio Fraga (George Soros), Skaf (FIEP)... Todo mundo interessado no cartapácio.

Na época houve choro, gritos e ranger de dentes, pois, afinal, o maldito papelucho começava atirando no coração do SUS! Propunha pura e simplesmente acabar com a universalização da saúde. Quem pode tem que pagar. Regatava o “SUS para os pobres”. O mercado brasileiro de saúde escancarado para a exploração das operadoras-abutres vindas dos EEUU.

Eduardo Cunha já havia se antecipado colocando uma série de jabutis em medidas-provisórias arrombando a porta para facilitar a vinda dos gringos.

De lá para cá a coisa só piorou. A “Agenda Brasil” passou a ser “aperfeiçoada” à surdina em seu estoque de malvadezas e a ser conhecida como “Agenda Temer”.

Consta que já estamos na “Agenda Temer II”.

Consta também que Temer apresentou as propostas em uma conferência para empresários em dezembro em São Paulo e foi aplaudido de pé.

Na ocasião o papelucho foi apelidado de "Uma Ponte para o Futuro".

De acordo com a organização, cerca de 150 sindicatos patronais do setor do comércio estavam representados na plateia do auditório a que Michel Temer falou.

O jurista Ives Gandra Martins, presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio-SP, fez a abertura do encontro. Segundo relatos, ele chegou a chamar Temer de presidente algumas vezes, mas logo se corrigiu e o chamou pelo cargo de vice.

A agenda do retrocesso, do massacre das conquista sociais, da revogação das conquistas da Constituição de 88, da cassação dos avanços sociais e das políticas de distribuição de renda agora se chama “Agenda Temer II” - "Uma Ponte para o Futuro".

Michel Temer tem um plano de governo. O Mercado gosta do plano.

Agora falta tirarem a Dilma.

É disso que se trata!

Vejam só o nível de algumas das propostas que foram aplaudidas de pé pelo empresariado (com orgasmos paroxísticos na plateia):

1 – SUS para quem precisa. Quem tem $$ paga.

2 – Diminuição da Dívida Pública. Política de arrasa-quarteirão nos programas sociais, terceirização, diminuição da máquina pública, etc. etc. etc.

3 – Derubada das vinculações constitucionais. Isto detona de saída o SUS e a Educação.

4 – O negociado prevalece sobre o legislado. Acaba a CLT. Seja o que os ateuses quiserem.

5 – Transferência de TUDO para a iniciativa privada. Retomada dos mecanismos de concessão (e não de partilha) na exploração do petróleo. Retomada da privataria.

6 – Reforma da Previdência. Quebra da indexação com salário mínimo, aumento da idade de aposentadoria.

Como deu para notar. O governo já assumiu parte desta agenda. Deu os anéis esperando conservar os dedos.

Dançou.

O governo Dilma assumiu posturas e plano de governo dos adversários, desagradou a base social que garantiu a sua eleição e agora está no corredor a caminho do abatedouro.

Assim estamos nós também.

Mercado wins.

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