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sábado, 16 de abril de 2016

Dia do Obstetra – Qual o parto mais adequado?

no blog da Saúde


Terça feira, 12 de Abril é o do Dia do Obstetra. Para comemorar a data, o Blog da Saúde entrevistou o médico Eduardo Zlotnik para uma conversa sobre os tipos mais adequados de parto.

Zlotnik é vice-presidente na Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, obstetra e ginecologista e um dos responsáveis pelo projeto “Parto Adequado”. Uma parceria entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI).

Com o apoio do Ministério da Saúde, a iniciativa tem o objetivo de identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar.

Existe um tipo melhor de parto?

O melhor parto é o mais adequado. Temos que pensar que a cesariana tem duas indicações principais, quando a mãe precisa ou quer, que é discutível, ou quando o bebê precisa para que os dois saiam bem deste processo. Se o bebê e a mãe não precisam desta alternativa, o ideal é fazer um parto normal.

Quais são as vantagens de ser fazer o parto normal?

Os dois tipos de parto tem suas vantagens. A cesárea, por exemplo, é maravilhosa para evitar algumas complicações, como por exemplo, a contaminação vertical do vírus HIV. O parto normal é, como diz o nome, o mais normal e natural, não é preciso ir contra a natureza. No parto normal, como é espontâneo, temos uma chance muito maior de o bebê nascer na data certa. Já que não há ninguém indicando a data para ele nascer. Evita-se também as complicações naturais que podem acorrer uma cirurgia, como lesões de bexiga ou intestino devido ao procedimento.

A maioria das mulheres que tem parto normal também se recuperam mais rápido. Elas ficam menos tempo no hospital, e isso nos leva a acreditar que o parto normal deixa a mulher melhor e mais rápido do que o parto cesáreo. Nós nem devíamos estar discutindo a o parto normal sobre a cesárea, e sim que o parto normal é o mais natural e a cesárea e uma alternativa quando necessário.

Como está sendo desenvolvida o projeto para partos mais adequados?

O projeto Parto Adequado foi batizado assim, pois em nenhum momento a intenção é criminalizar a cesárea. Por mais que nós tenhamos como objetivo o aumento do parto vaginal. Muito menos criar uma cultura de que o parto normal é bom e a cesárea é ruim. Acreditamos que o parto bom é o parto adequado para cada caso. Só que para fazermos a mudança precisamos ir além do médico. Acreditamos que a grande mudança precisa ser cultural, não só de regras, práticas e normas. Para mudar esta cultura começamos com muita conversa, trazendo para discussão todos os que participam do momento, médicos, enfermeiros, pacientes. Nós conversamos para buscar o melhor caminho para trabalhar juntos e termos um objetivo comum. Esclarecer a paciente de qual é o melhor método, para ela não acreditar em mitos. Trabalhando bastante com capacitação que ajudam a deixar a equipe mais confiante em como lidar com o parto normal. O médico estando mais confiante e capacitado, sabendo como trabalhar em parceria com a enfermagem na hora do parto, haverá esta diminuição.

No âmbito da saúde pública, o Ministério da Saúde publicou Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Cesariana, que traz parâmetros para as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios afim de auxiliar e orientar os profissionais da saúde a diminuir o número de cesarianas desnecessárias.

Entre os principais destaques do protocolo, além de derrubar o mito de que a cesariana é mais segura e que o parto normal é sempre um procedimento de dor e sofrimento, é auxiliar na busca das melhores práticas em saúde. Além disso, é obrigatória a cientificação da gestante, ou de seu responsável legal, dos potenciais riscos e eventos adversos relacionados ao procedimento cirúrgico ou uso de medicamentos para a operação cesariana.

Conheça alguns casos que a cesariana pode ser ou não indicada

- A operação cesariana não é recomendada como forma de prevenção da transmissão vertical em gestantes com infecção por vírus da hepatite B e C;
- A operação cesariana programada é recomendada para prevenir a transmissão vertical do HIV;

- A operação cesariana é recomendada em mulheres que tenham apresentado infecção primária do vírus Herpes simples durante o terceiro trimestre da gestação;

- A operação cesariana não é recomendada como forma rotineira de nascimento de feto de mulheres obesas;

- A operação cesariana é recomendada para mulheres com três ou mais operações cesarianas prévias;

- O trabalho de parto e parto vaginal não é recomendado para mulheres com cicatriz uterina longitudinal de operação cesariana anterior, casos em que há maior comprometimento da musculatura do útero, aumentando o risco de sua ruptura no trabalho de parto.

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