no FB do Anis - Instituto de Bioética
O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que em sua gestão da pasta "vamos ter que discutir com a igreja" o tema do aborto.
A frágil laicidade do Estado brasileiro não é novidade, e também não é novidade que ela se mostra ainda mais capenga quando se trata de proteger os direitos das mulheres. O que nos espanta dessa vez é que essa tenha sido uma das primeiras declarações do ministro recém-empossado, um alerta imediato para os meses que virão.
Como nossa resistência também não é novidade, repetiremos: não é com a igreja que o ministro deve procurar conversar sobre direitos reprodutivos.
Em um Estado democrático, dogmas não são matéria de preocupação de políticas de saúde, mas pertencem unicamente à esfera da intimidade de cada mulher em sua decisão reprodutiva.
Enquanto o ministro aguarda um consenso a respeito do tema, mulheres seguem sangrando todos os dias, aguardando o cuidado em saúde que ainda não existe para elas: o mesmo pelo qual seu Ministério deveria zelar.
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