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domingo, 18 de setembro de 2016

Rosana Pinheiro-Machado sobre a agressão covarde da PM facista contra a vendedora em SP

por Rosana Pinheiro-Machado no Facebook


Eu estou furiosa, não apenas com as imagens de dois monstros da PM batendo em uma mulher, como também com o oportunismo de uma parte da esquerda em ficar filmando gritando, não fazer nada, deixar a mulher apanhando e usar isso para fazer discurso no auto-falante. Sai do celular, sai do auto-falante e vai pro embate para tirar aquela mulher do chão. Ela apanhou sozinha por muito tempo, cheio de gente na volta filmando e gritando "quero o fim da policia militar". Revoltante o oportunismo de muitos.

(*)Veja atualização/comentário da Rosana no final


às 21:17h: Eu estava na padaria e vi a notícia de que a PM havia reprimido uma vendedora de rua. A GloboNews fala do combate à ilegalidade e duas senhoras respondiam com o cliché: "esses marginais". Quem pesquisa a economia informal, sabe que a categoria marginalidade é usada para excluir e criminalizar a classe trabalhadora desde o século XIX. A polícia, a mídia e grande parte da população endossam essa exclusão.

Nada de novo até aí. Mas o que me deixa estarrecida é a burrice tremenda de uma parte da sociedade brasileira - e este é o maior dilema da modernidade à brasileira - é que ela trata a sua classe trabalhadora como sua maior inimiga. É um eterno tiro no pé. A maior definição de qualquer coisa chamada "complexo de vira-latas". Não há desenvolvimento - e nunca haverá - enquanto não olharmos para estes trabalhadores informais e tratá-los como empreendedores - e não como criminosos a base de cacetes. Basta de tamanho ódio contra nós mesmos.

#LuteComoUmaAmbulante


Atualização na página de Rosana às 21:53h
Deletei meu post anterior. Escrevi na emoção e na revolta das imagens que vi. Fiquei pasma como a imagem que mostra que, por muito tempo, a ambulante apanhou sozinha enquanto alguns filmavam e outros gritavam, oportunisticamente, "quero o fim da polícia militar". Mas não quero e não posso ser injusta com aqueles que chegaram depois, incluindo o Suplicy, para defendê-la.

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