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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Cartaz escrito a mão e com erros grosseiros de português é emblemático da política do Greca para a população de rua




Quinze pessoas em situação de rua. Uma multidão, se vc estiver passando pela rua, à noite. Uma grande família, se considerar um almoço de domingo. Uma pequena empresa, se considerar o porte. Quinze bueiros sem roupas e cobertores. Quinze documentos protegidos. Quinze vidas, quinze histórias. Mas não eram só quinze. Eram mais de cinquenta os que utilizavam o guarda-pertences da Praça Osório. Nem todos ao mesmo tempo, talvez. Até pela característica da população de rua - instabilidade, não periodicidade. 

Quando inauguramos a primeira unidade, na Rua Dr. Faivre, ouvi a sentença que dizimaria todas as minhas dúvidas quanto à pertinência do serviço. Um cidadão, dos primeiros a deixar suas coisas no balcão, comentou com outro que, agora, ele podia procurar emprego. "Pq ninguém dá trabalho pra quem leva a casa nas costas."

Dizem que esta unidade irá acolher os funcionários que foram desalojados da Praça. Para isso, outros terão que ser demitidos. Ou ficarão ociosos - situação que não ajuda em nada na sua recuperação.

Vida que segue.

(Obs: o cartaz está tão "caprichado" quanto a ação)

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