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quarta-feira, 26 de abril de 2017

O desmonte da saúde em Curitiba: Greca quer desativar metade das UPAs

Curitiba está de volta. Verdade ou mentira?


Os últimos dias foram marcados por inúmeros boatos fartamente reverberados pelas redes sociais. Falavam a respeito de um suposto processo de desmanche do sistema de saúde pública que estaria sendo posto em prática pela administração do prefeito Rafael Greca (PMN). Boatos são boatos e devem ser devidamente separados da verdade real.
Os boatos seria mentirosos? Onde estaria a verdade?
A verdade é que pelo menos metade das UPAs de fato deixará de funcionar de conformidade com a concepção de política de saúde que deu origem a elas.
Foram pensadas e implantadas como unidades 24 horas equipadas para atender casos de média complexidade. O objetivo seria o de diminuir as filas nos prontos-socorros e, ao mesmo tempo, cobrir deficiências das unidades básicas de saúde – os chamados “postinhos” – destinados a atender apenas os casos mais simples.
O boato era verdadeiro. De fato, a Secretaria Municipal de Saúde caminha para fechar cinco das 10 UPAs de Curitiba. Deixariam de funcionar de acordo com o objetivo original e passarão a atender especialidades. Quem precisar de atendimento urgente e cuidados médicos de maior complexidade que procure os sempre superlotados pronto-socorros ou os hospitais credenciados pelo SUS.
Uma das UPAs a cerrar suas portas é a da Matriz, que funciona em dependências do Hospital de Clínicas. A partir da mudança política da saúde municipal, as instalações serão devolvidas ao HC para que este dê a elas o destino que considerar mais conveniente – provavelmente uma clínica oftalmológica. Ou exclusivamente para atender intercorrências pós-cirúrgicas dos seus próprios pacientes.
O entendimento de profissionais da área é de que as mudanças idealizadas pela administração municipal são um passo atrás – isto é, representam o cumprimento da promessa eleitoral de levar Curitiba de volta ao passado. Vários populosos bairros ficarão sem suas UPAs, como Fazendinha, Boqueirão, Campo Comprido, Pinheirinho e a já citada da Matriz.
Até que ponto estas mudanças vão ajudar no aprimoramento da assistência ainda não se sabe. Imagina-se que o interesse seria apenas o de economizar recursos, sempre escassos na área de saúde. E que a pretendida transformação de UPAs em centros de especialidade também será insuficiente par atender esta demanda.
Entre boatos, verdades e mentiras, aproximam-se do fim os 180 dias que Greca se deu de prazo para resolver os problemas de saúde de Curitiba.

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