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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Gestão da saúde do governo Greca: Queixas na ouvidoria do SUS dispararam e a mortalidade infantil aumenta

Durante a campanha eleitoral, uma das questões em que o então candidato Greca mais bateu foi a saúde. Bateu firme na fila de espera para consultas especializadas, meio que tentou ridicularizar o uso das pulseiras coloridas do Protocolo de Manchester para classificação de risco nos atendimentos (parece que ninguém contou que é protocolo reconhecido internacionalmente) e alardeou que o Beto Richa  iria despejar toneladas de dinheiro e remédio na saúde de Curitiba.

Passados quatro meses de gestão, o que temos? 

Ao contrário do que diz a ultra-ostentação midiática publicitária da prefeitura, o relatório de execução orçamentária do primeiro bimestre mostra que foi investido na saúde percentual menor que no mesmo período 2016. 

Curitiba investiu neste quadrimestre em saúde só 13.82% do orçamento próprio. Isto é menos do que o investido no mesmo período em 2016 pela gestão anterior, que foi de 15,82% (chegou a 21% em alguns exercícios).

...e pensar que o prefeito disse que o cancelamento da Oficina de Música seria para investir dinheiro na saúde.

A diminuição do orçamento global aconteceu mesmo considerando o aporte de dinheiro que estava represado na Secretaria Estadual esperando a troca de gestão. 

Beto Richa - que é aquele cara que ocupa, mas não exerce o cargo de governador e se dedica a espancar professores nas horas em que não está surrupiando dinheiro dos aposentados - repassou em uma bolada 93% do recurso devido para compra de medicamentos (que seria para o ano todo)

O número de denuncias recebidas pela Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde explodiu. Encabeçando a lista, os medicamentos, mas também outras áreas... como consultas especializadas. Tudo isso apesar dos "mutirões de consultas e exames".

Consta que em algumas Unidades de Saúde, que apresentavam média de 5 protocolos de reclamação por mês, só em uma semana deste ano tiveram 20 reclamações.

Os dados são preocupantes. Hoje, durante a apresentação do Relatório Quadrimestral na Câmara de Vereadores, ficamos sabendo que o numero de reclamações do primeiro quadrimestre de 2017 foi de 7098. Só para comparar, o número de  reclamações do mesmo período de 2016 foi 5603. Crescimento de 26.7%!

Em alguns períodos deste quadrimestre foram suspensos por vários dias os exames do laboratório municipal por falta insumos - e isto após a fanfarronice do prefeito que afirmou que estaria suspendendo de vez o racionamento de exames que "tinha sido imposto pela gestão anterior". Durante a sessão na CMC esqueceram de falar que as coletas de exames laboratoriais simples estão sendo agendadas para julho.

Agora o dado mais grave: A taxa de mortalidade infantil do primeiro quadrimestre de 2017 aponta para um valor de 13,2/1000. Pior que isso só antes de 2001. Só para ter uma idéia do que isto significa, em 2016 a taxa fechou em 8,6/1000, a menor da história de Curitiba.

Durante a apresentação do relatório algumas questões não foram abordadas (ou foram abordadas pela metade): 

- Nem uma palavra sobre a suspensão de funcionamento das unidades básicas com o horário estendido (pelo menos uma unidade básica em cada Distrito funcionava com horário estendido até as 22 horas). O horário estendido proporcionou uma diminuição importante da demanda por atendimento nas UPA’s. 

- O secretário afirmou que não vai haver fechamento de UPA’s... Só para lembrar, a UPA do Distrito Matriz, que funcionava junto ao Hospital de Clínicas já está fechada. 
                  
- Nem uma palavra sobre a produção do consultório na rua... Será que o projeto para a população de rua em Curitiba será o mesmo que a dupla fascistóide Dória-Alckmin está empregando na Cracolândia em São Paulo?

A este quadro preocupante, se somam relatos (muitos) de volta da tradição de perseguição e retaliação a servidores que ocuparam cargos na gestão anterior. 

Uma servidora relatou que foi removida para outro setor ter sido comunicada. Não teve opção de escolha de vaga e de horário mesmo sabendo que haviam vagas em outros serviços (que não aquele para onde a estavam mandando compulsoriamente). Assim que a nova gestão assumiu, ela perdeu o acesso aos documentos que estavam no computador que ela utilizava no trabalho o qual foi desligado e colocado no chão. As férias que estavam já autorizadas no sistema foram bloqueadas pela nova gestão da SMS.

É Curitiba de volta... ao século XX.

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