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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Greve na saúde de Curitiba: Nota do sindicato restabelece a verdade e contesta mentiras da prefeitura


O SIMEPAR vem por meio desta nota deixar registrado que a greve na Fundação Estatal de Atenção Especializada (FEAES), iniciada no dia 27/07/2017, tem cunho legal e em momento algum tem a intenção de prejudicar a população.

É importante deixar claro que, diferente do que a Prefeitura de Curitiba tem lançado na mídia, os médicos presentes na assembleia, antes de iniciar a greve, assumiram o compromisso de manter 60% do atendimento eletivo nas unidades, porém com atendimento de 100% dos casos de urgência e emergência. A Justiça do Trabalho reconheceu em audiência que a greve é legítima nesses termos.

Algumas informações importantes devem ser esclarecidas:

1.- Os dados declarados pelo Prefeito Rafael Greca em redes sociais não são verdadeiros: os médicos não ganham o valor de R$ 1.800,00 por plantão; o valor desta atividade é de R$ 78,00 por hora trabalhada. Para que se tenha uma ideia, Municípios mais pobres que Curitiba, como Morretes e Antonina pagam pelo consórcio municipal o valor de R$ 87,00 por hora de trabalho aos seus médicos empregados desde o ano passado, conforme acordo firmado com o Simepar. Também não é verdade que os médicos receberam 33% de aumento nos últimos anos como diz a Fundação e a Prefeitura. No ano passo o aumento foi de 0,5% acima da inflação e 1% acima da inflação nos dois anos anteriores. A Justiça do Trabalho já reconheceu que a Fundação não tem razão na alegação de que teria dado aumento superior a isso. Basta assistir os vídeos das audiências, disponibilizadas pelo TRT-PR.

2.- Outro ponto que merece ser ressaltado é de que os profissionais desta categoria estão desde março tentando acordos com a Fundação e a Prefeitura. Diversas reuniões já aconteceram e até Audiências na Justiça do Trabalho; a opção pela paralisação só ocorreu após o Município anunciar que não iria negociar nenhum aumento.

3.- Mais uma informação relevante é que a FEAES cortou médicos das escalas, sobrecarregando os profissionais e exigindo que eles tenham que atender consultas em poucos minutos para conseguirem fazer frente a demanda. Mais de 40 médicos se desligaram das UPAs e da Fundação Municipal desde o início do ano. Os médicos decidiram, então, priorizar os cuidados aos pacientes, atendendo no tempo que for necessário para que os exames e diagnósticos sejam realizados com precisão.

4.- A grande questão, portanto, é que os médicos se recusam a trabalhar nessas condições desumanas, que não valorizam a categoria e muito menos a comunidade. Mais uma vez é importante salientar que mesmo em greve, os médicos estão atendendo os pacientes com dignidade e fazendo todos os exames necessários.

5.- O SIMEPAR repudia a atitude do Prefeito e da Prefeitura, que tem a intenção de colocar a população contra o movimento grevista legítimo, e pretende atribuir aos médicos a culpa pela falta de estrutura e número de profissionais insuficientes para fazer frente a demanda elevada das UPAs.

6.- Por fim, o Simepar repudia a política da Prefeitura, já sinalizada em redes sociais, de "privatizar as UPAs". As unidades de saúde são públicas e devem permanecer assim. Passá-las para iniciativa privada apenas atesta contra a capacidade de gestão da Administração.

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