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No quadriênio 2003-2007, cerca de 27,4 milhões de brasileiros saíram da miséria (grupo dos que sobrevivem com renda mensal de até R$ 296), o correspondente a 14,7% da população do último ano.
No entanto, apesar do número de pessoas que passaram a viver com melhor renda, o conjunto de indivíduos dos estratos mais inferiores (massa trabalhadora e miserável, ou os que recebem mensalmente até R$ 593) correspondia a 57% da população no ano de 2007.
No relatório “A evolução recente da estrutura social brasileira”, o professor do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, Waldir Quadros, destaca que não há dúvidas quanto à melhora do nível entre os estratos sociais do país, no entanto é importante levar em consideração alguns fatores que favoreceram esses movimentos percebidos desde os anos 1980: a combinação entre Produto Interno Bruto (PIB) e salário mínimo real favorável, aumento do contratos formalizados de trabalho e a ampliação de programas de transferência de renda - todos eles ameçados hoje pela crise financeira mundial.
O pesquisador ressalta que os movimentos mais expressivos de ascensão social tiveram como limite o estrato social denominado de ‘classe C’. Nos anos 2003-2007, cerca de 19,5 milhões de brasileiros ingressaram no chamada classe média – sendo que 10,6 milhões dessas pessoas se enquadraram no grupo com renda entre R$ 593 e R$ 1.482; 6,2 milhões entre R$ 1.482 e R$ 2.965; e 2,7 milhões acima de R$ 2.965.
O custo do desenvolvimento
O desenvolvimento brasileiro ocorreu com base em “políticas macroeconômicas de inserção internacional que penalizaram os setores industriais tecnologicamente mais avançados, diversificados e integrados”, explica Quadros.
Dessa forma as melhorias sociais obtidas nos anos mais rescentes foram possíveis por meio da baixa performance da economia brasileira, “particularmente no que se refere ao desempenho industrial e suas articulações com os serviços”, e aumento dos preços dos produtos de matéria prima, ou seja, daqueles que compõe a maior parte das exportações brasileiras.
“Em poucas palavras, ainda que o PIB tenha crescido a taxas mais expressivas, este crescimento resulta, sobretudo, do desempenho do setor primário exportador e de uma estrutura industrial que ao longo do período de estagnação foi fortemente penalizada pela política cambial e de juros, junto com uma abertura comercial totalmente desvinculada de efetiva política industrial”, aponta.
Assim, para Quadros, o crescimento do país se deu a partir do suprimento de produtos que poderiam ser produzidos dentro do país por produtos estrangeiros, mais competitivos. Ao mesmo tempo, o modo de desenvolvimento iniciado contribuiu para beneficiar de forma imediata os trabalhadores da base da pirâmide “dada que as oportunidades criadas (de baixa remuneração) são relativamente mais acessíveis ao potencial de qualificação e treinamento daqueles oriundos da massa popular”, continua.
O risco agora, é que a partir do aumento dos impactos da crise financeira mundial, o Brasil volte a mais um período de estagnação rebaixando um contingente significativo de pessoas a condições sociais inferiores.
“O presente desafio é o de evitar que, diante das dificuldades que se avolumam, a vigente política macroeconômica hostil ao crescimento acelerado, e profundamente identificada com os interesses financeiros, provoque novos e maiores danos à estrutura produtiva”, considera.
O desempenho positivo, ou mais animador do país, dependerá da reconstrução de setores estratégicos para sustentar o desenvolvimento que se quer para o Brasil, ou seja: educação, saúde, habitação, transporte, segurança, enfim, dos serviços sociais. “Sem falar na inadiável reconstrução da infra-estrutura econômica”, completa.
No entanto, apesar do número de pessoas que passaram a viver com melhor renda, o conjunto de indivíduos dos estratos mais inferiores (massa trabalhadora e miserável, ou os que recebem mensalmente até R$ 593) correspondia a 57% da população no ano de 2007.
No relatório “A evolução recente da estrutura social brasileira”, o professor do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, Waldir Quadros, destaca que não há dúvidas quanto à melhora do nível entre os estratos sociais do país, no entanto é importante levar em consideração alguns fatores que favoreceram esses movimentos percebidos desde os anos 1980: a combinação entre Produto Interno Bruto (PIB) e salário mínimo real favorável, aumento do contratos formalizados de trabalho e a ampliação de programas de transferência de renda - todos eles ameçados hoje pela crise financeira mundial.
O pesquisador ressalta que os movimentos mais expressivos de ascensão social tiveram como limite o estrato social denominado de ‘classe C’. Nos anos 2003-2007, cerca de 19,5 milhões de brasileiros ingressaram no chamada classe média – sendo que 10,6 milhões dessas pessoas se enquadraram no grupo com renda entre R$ 593 e R$ 1.482; 6,2 milhões entre R$ 1.482 e R$ 2.965; e 2,7 milhões acima de R$ 2.965.
O custo do desenvolvimento
O desenvolvimento brasileiro ocorreu com base em “políticas macroeconômicas de inserção internacional que penalizaram os setores industriais tecnologicamente mais avançados, diversificados e integrados”, explica Quadros.
Dessa forma as melhorias sociais obtidas nos anos mais rescentes foram possíveis por meio da baixa performance da economia brasileira, “particularmente no que se refere ao desempenho industrial e suas articulações com os serviços”, e aumento dos preços dos produtos de matéria prima, ou seja, daqueles que compõe a maior parte das exportações brasileiras.
“Em poucas palavras, ainda que o PIB tenha crescido a taxas mais expressivas, este crescimento resulta, sobretudo, do desempenho do setor primário exportador e de uma estrutura industrial que ao longo do período de estagnação foi fortemente penalizada pela política cambial e de juros, junto com uma abertura comercial totalmente desvinculada de efetiva política industrial”, aponta.
Assim, para Quadros, o crescimento do país se deu a partir do suprimento de produtos que poderiam ser produzidos dentro do país por produtos estrangeiros, mais competitivos. Ao mesmo tempo, o modo de desenvolvimento iniciado contribuiu para beneficiar de forma imediata os trabalhadores da base da pirâmide “dada que as oportunidades criadas (de baixa remuneração) são relativamente mais acessíveis ao potencial de qualificação e treinamento daqueles oriundos da massa popular”, continua.
O risco agora, é que a partir do aumento dos impactos da crise financeira mundial, o Brasil volte a mais um período de estagnação rebaixando um contingente significativo de pessoas a condições sociais inferiores.
“O presente desafio é o de evitar que, diante das dificuldades que se avolumam, a vigente política macroeconômica hostil ao crescimento acelerado, e profundamente identificada com os interesses financeiros, provoque novos e maiores danos à estrutura produtiva”, considera.
O desempenho positivo, ou mais animador do país, dependerá da reconstrução de setores estratégicos para sustentar o desenvolvimento que se quer para o Brasil, ou seja: educação, saúde, habitação, transporte, segurança, enfim, dos serviços sociais. “Sem falar na inadiável reconstrução da infra-estrutura econômica”, completa.
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