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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Estudo na França mostra que vinho também pode ser vilão da saúde

Consumo de bebidas alcoólicas está associado ao aumento do risco de diversos cânceres. Relatório descarta até mesmo a ingestão diária de pequenas doses

Agência Estado

O Instituto Nacional do Câncer (INCa) da França publicou nesta terça-feira (17), em Boulogne Billancourt, nos arredores de Paris, publicaram hoje (17) documento que derruba o mito de que consumir uma taça diária de vinho traz benefícios à saúde. Eles descobriram que bebidas alcoólicas, em qualquer medida, podem provocar câncer. Atualmente, 13,7% da população da França é adepta ao hábito de beber vinho diariamente.

O relatório se ampara nas conclusões de três institutos internacionais de pesquisas científicas: o National Alimentation Cancer Research, o Fundo Mundial de Pesquisa contra o Câncer e o Instituto Americano para a Pesquisa sobre o Câncer. O INCa tem como função coordenar na França os estudos científicos, além de orientar equipes médicas na luta contra a doença.

Segundo o documento, o consenso acadêmico sobre os riscos provocados pelo álcool já são suficientes para que campanhas de esclarecimento da população sejam realizadas, a começar pelos próprios agentes de saúde - médicos, enfermeiros, assistentes sociais. "O consumo de bebidas alcoólicas está associado ao aumento do risco de diversos cânceres: de boca, de faringe, de laringe, de esôfago, colo-retal, do sangue e do fígado", afirma o texto.

O documento alerta que o porcentual de aumento do risco de desenvolvimento da doença já está estimado tendo como base cada copo de álcool consumido por dia. O risco varia entre 9% a 168%. "Em particular, o aumento do risco de cânceres de boca, de faringe e de laringe é estimado em 168% por copo de álcool consumido por dia." O relatório descarta até mesmo a ingestão diária de pequenas doses, uma tradição no país. "O aumento do risco é significativo a partir do consumo médio de um copo por dia. O efeito depende do volume consumido, não da bebida alcoólica."

Dominique Maraninchi, presidente do INCa, e Didier Houssin, diretor-geral de Saúde, especialistas que assinam o texto alertam que, entre outras reações nocivas no organismo, o etanol é metabolizado em acetaldeído (etanal), molécula que pode gerar mutações no DNA, potencializando a formação de tumores.

Segundo os autores, a relação entre o consumo de álcool e os cânceres de boca, de faringe, de laringe, de esôfago e colo-retal, nos homens, e do seio, nas mulheres, é julgado como "convincente". "Em matéria de prevenção ao câncer, o consumo de álcool é desaconselhado, independente do tipo de bebida (vinho, cerveja, coquetéis)."

Além das orientações sobre o uso zero de álcool, o relatório do INCa prega a ingestão de frutas - no mínimo cinco por dia - e verduras - 400g por dia -, o controle do sobrepeso, a moderação do uso do sal e o consumo reduzido de carne vermelha. Cada 100g diárias de carne, afirmam os experts, eleva em 29% risco de câncer colo-retal.

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