Agência Carta Maior
Morte de Marcelo Cavalcante, encontrado no lago Paranoá, em Brasília, segue envolta em mistério. Ex-assessor do governo Yeda Crusius iria prestar depoimento ao MP Federal e manifestou interesse em ingressar no Programa de Proteção a Testemunhas do Ministério da Justiça, segundo fontes da Polícia Federal e da Secretaria de Direitos Humanos. Cavalcante foi demitido após ter seu nome envolvido no escândalo do Detran no RS. Segundo denúncia do PSOL, Cavalcante estaria disposto a aceitar acordo de delação premiada.
Marco Aurélio Weissheimer
Data: 26/02/2009 PORTO ALEGRE - Uma fonte da Polícia Federal e uma da Secretaria de Direitos Humanos revelaram ao blog Diários de Brasília que Marcelo Cavalcante manifestou interesse em ingressar no Programa de Proteção a Testemunhas do Ministério da Justiça. Segundo o jornalista Fábio Schaffner, o ex-assessor do governo Yeda Crusius, encontrado morto no Lago Paranoá, em Brasília, não chegou a formalizar o pedido, mas pediu informações sobre os procedimentos necessários para o ingresso no programa.
Dois dos requisitos principais para ingresso no programa de proteção são os seguintes:
a) Situação de risco. A pessoa deve estar "coagida ou exposta a grave ameaça". Não é necessário que a coação ou ameaça tenha já se tenham consumado, sendo bastante a existência de elementos que demonstrem a probabilidade de que tal possa vir a ocorrer.
b) Relação de causalidade. A situação de risco em que se encontra a pessoa deve decorrer da colaboração por ela prestada a procedimento criminal em que figura como vítima ou testemunha. Pessoas sob ameaça ou coação motivadas por quaisquer outros fatores não comportam ingresso nos programas.
Segundo familiares do ex-assessor tucano, ele estava muito angustiado com um depoimento que deveria prestar ao Ministério Público Federal. Os parentes de Marcelo Cavalcante não acreditam na hipótese de suicídio e decidiram acompanhar mais de perto as investigações da Polícia Civil de Brasília. Análises feitas pela polícia das imagens das câmeras da ponte Juscelino Kubitschek não confirmaram até agora a hipótese de suicídio. Os encarregados da investigação já cogitam a prorrogação do prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito.
Uma morte misteriosa
A morte do ex-representante do governo Yeda Crusius em Brasília está envolta em mistério. O corpo de Cavalcante foi encontrado na manhã do dia 17 de fevereiro, no Lago Paranoá, na capital federal. Seu carro foi encontrado próximo do local. Segundo informações da polícia de Brasília, Cavalcante teria saído de casa na sexta-feira e não foi mais visto pelos familiares. Cavalcante é uma das personagens centrais do escândalo do Detran. Ex-chefe de gabinete da então deputada federal Yeda Crusius, Cavalcante foi guindado ao escritório do Estado em Brasília após a eleição de 2006. Em junho de 2008, foi afastado do cargo após ser revelada uma conversa telefônica onde ele intermediava uma reunião do lobista Lair Ferst (um dos principais acusados de integrar a quadrilha que fraudou o Detran) na Secretaria estadual da Fazenda.
Cavalcante também foi o destinatário de uma carta que Ferst escreveu para a governadora denunciando uma suposta campanha difamatória contra ele e a ação de um grupo mafioso com a participação de integrantes do governo. A carta foi apreendida pela Polícia Federal durante a Operação Rodin e interpretada como uma confissão extrajudicial do esquema de fraude no Detran. A carta teria sido entregue por Lair para Marcelo Cavalcante. Na época, Cavalcante admitiu que recebeu a carta, mas que não teria entregue a mesma à governadora pelo fato de não ter apresentado prova das acusações. No dia 19 de fevereiro, a deputada federal Luciana Genro e o vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas, ambos do PSOL, afirmaram que existem gravações (em áudio e vídeo) que comprovariam crimes eleitorais na campanha de Yeda e atos de corrupção no governo tucano.
Segundo a denúncia do PSOL, as gravações teriam sido realizadas pelo próprio Lair Ferst durante a campanha e após o início do governo. Ferst teria feito um acordo de delação premiada, entregando tais gravações ao MP Federal. Cavalcante apareceria em várias dessas gravações e estaria pensando em também aceitar a delação premiada. O ex-assessor tucano teria dito isso à deputada Luciana Genro. O depoimento de Cavalcante ao MP federal confirmaria que a carta escrita por Lair Ferst foi entregue à governadora gaúcha, o que sempre foi negado por ela nas investigações da fraude no Detran. Segundo Ruas, a possibilidade da carta aparecer e mostrar que Yeda tinha conhecimento dos fatos relatados e não fez nada, teria motivado a governadora a se reunir com Marcelo Cavalcante e com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Antonio Cavalcante, pai de Marcelo, não acredita que seu filho tenha cometido suicídio. Antonio confirmou a versão da esposa de Marcelo, de que o filho estaria muito preocupado com o depoimento que deveria prestar ao MP Federal. Ele também disse que o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) ofereceu um emprego para Marcelo trabalhar no partido. Um dia antes, o senador tucano negou ter feito tal oferta. Segundo Luciana Genro, Guerra teria participado de uma reunião com Marcelo, juntamente com a governadora Yeda Crusius, em Brasília, alguns dias antes da morte do assessor. Antonio disse ainda que a esposa de Marcelo relatou que ele vinha recebendo telefonemas suspeitos poucos dias antes de morrer. Junto ao corpo do ex-assessor tucano foram encontrados dois celulares. A polícia de Brasília estuda a possibilidade de quebrar o sigilo dos mesmos.
Dois dos requisitos principais para ingresso no programa de proteção são os seguintes:
a) Situação de risco. A pessoa deve estar "coagida ou exposta a grave ameaça". Não é necessário que a coação ou ameaça tenha já se tenham consumado, sendo bastante a existência de elementos que demonstrem a probabilidade de que tal possa vir a ocorrer.
b) Relação de causalidade. A situação de risco em que se encontra a pessoa deve decorrer da colaboração por ela prestada a procedimento criminal em que figura como vítima ou testemunha. Pessoas sob ameaça ou coação motivadas por quaisquer outros fatores não comportam ingresso nos programas.
Segundo familiares do ex-assessor tucano, ele estava muito angustiado com um depoimento que deveria prestar ao Ministério Público Federal. Os parentes de Marcelo Cavalcante não acreditam na hipótese de suicídio e decidiram acompanhar mais de perto as investigações da Polícia Civil de Brasília. Análises feitas pela polícia das imagens das câmeras da ponte Juscelino Kubitschek não confirmaram até agora a hipótese de suicídio. Os encarregados da investigação já cogitam a prorrogação do prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito.
Uma morte misteriosa
A morte do ex-representante do governo Yeda Crusius em Brasília está envolta em mistério. O corpo de Cavalcante foi encontrado na manhã do dia 17 de fevereiro, no Lago Paranoá, na capital federal. Seu carro foi encontrado próximo do local. Segundo informações da polícia de Brasília, Cavalcante teria saído de casa na sexta-feira e não foi mais visto pelos familiares. Cavalcante é uma das personagens centrais do escândalo do Detran. Ex-chefe de gabinete da então deputada federal Yeda Crusius, Cavalcante foi guindado ao escritório do Estado em Brasília após a eleição de 2006. Em junho de 2008, foi afastado do cargo após ser revelada uma conversa telefônica onde ele intermediava uma reunião do lobista Lair Ferst (um dos principais acusados de integrar a quadrilha que fraudou o Detran) na Secretaria estadual da Fazenda.
Cavalcante também foi o destinatário de uma carta que Ferst escreveu para a governadora denunciando uma suposta campanha difamatória contra ele e a ação de um grupo mafioso com a participação de integrantes do governo. A carta foi apreendida pela Polícia Federal durante a Operação Rodin e interpretada como uma confissão extrajudicial do esquema de fraude no Detran. A carta teria sido entregue por Lair para Marcelo Cavalcante. Na época, Cavalcante admitiu que recebeu a carta, mas que não teria entregue a mesma à governadora pelo fato de não ter apresentado prova das acusações. No dia 19 de fevereiro, a deputada federal Luciana Genro e o vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas, ambos do PSOL, afirmaram que existem gravações (em áudio e vídeo) que comprovariam crimes eleitorais na campanha de Yeda e atos de corrupção no governo tucano.
Segundo a denúncia do PSOL, as gravações teriam sido realizadas pelo próprio Lair Ferst durante a campanha e após o início do governo. Ferst teria feito um acordo de delação premiada, entregando tais gravações ao MP Federal. Cavalcante apareceria em várias dessas gravações e estaria pensando em também aceitar a delação premiada. O ex-assessor tucano teria dito isso à deputada Luciana Genro. O depoimento de Cavalcante ao MP federal confirmaria que a carta escrita por Lair Ferst foi entregue à governadora gaúcha, o que sempre foi negado por ela nas investigações da fraude no Detran. Segundo Ruas, a possibilidade da carta aparecer e mostrar que Yeda tinha conhecimento dos fatos relatados e não fez nada, teria motivado a governadora a se reunir com Marcelo Cavalcante e com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Antonio Cavalcante, pai de Marcelo, não acredita que seu filho tenha cometido suicídio. Antonio confirmou a versão da esposa de Marcelo, de que o filho estaria muito preocupado com o depoimento que deveria prestar ao MP Federal. Ele também disse que o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) ofereceu um emprego para Marcelo trabalhar no partido. Um dia antes, o senador tucano negou ter feito tal oferta. Segundo Luciana Genro, Guerra teria participado de uma reunião com Marcelo, juntamente com a governadora Yeda Crusius, em Brasília, alguns dias antes da morte do assessor. Antonio disse ainda que a esposa de Marcelo relatou que ele vinha recebendo telefonemas suspeitos poucos dias antes de morrer. Junto ao corpo do ex-assessor tucano foram encontrados dois celulares. A polícia de Brasília estuda a possibilidade de quebrar o sigilo dos mesmos.
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