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sábado, 7 de março de 2009

MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS

Fonte: Portal da Saúde MS
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=124

São 71 espécies com potencial terapêutico, para orientar a cadeira produtiva e o desenvolvimento de pesquisas


Uma lista com 71 plantas de interesse do SUS está sendo divulgada pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da Saúde. Dentre algumas espécies constam a Cynara scolymus (alcachofra), Schinus terebentthifolius (aroeira da praia) e a Uncaria tomentosa (unha-de-gato), usadas pela sabedoria popular e confirmadas cientificamente, para distúrbios de digestão, inflamação vaginal e dores articulares, respectivamente.

A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) apresenta plantas medicinais que apresentam potencial para gerar produtos de interesse ao SUS. A finalidade da lista é orientar estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de determinada doença. Atualmente, são oferecidos fitoterápicos derivados de espinheira santa, para gastrites e úlceras, e de guaco, para tosses e gripes.

“Chegamos a 71 espécies depois de fazer um levantamento nos municípios que utilizavam fitoterápicos. Também priorizamos a inclusão de plantas nativas, que possam ser cultivadas em pelo menos uma das regiões do país e que possam atender às doenças mais comuns nos brasileiros”, explica o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica, José Miguel do Nascimento Jr.

De 2003 a 2006 o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia financiou 74 projetos na área de Fitoterapia. Cerca de R$ 10 milhões foram destinados à pesquisas nessa área. Além disso, a Renisus vai subsidiar as ações dos outros ministérios participantes do Programa (Ministérios da Casa Civil; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Cultura; Desenvolvimento Agrário; Desenvolvimento Social e Combate a Fome; Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior; Ciência e Tecnologia; Integração Nacional; e Meio Ambiente). A Renisus deverá ser revisada e atualizada periodicamente, a critério do Ministério da Saúde.

FITOTERÁPICOS - O Sistema Único de Saúde (SUS) pretende ampliar, a partir de 2009, a lista de medicamentos fitoterápicos disponíveis na assistência farmacêutica básica em todo o país. O Ministério da Saúde também espera que com o Programa, os Estados possam se sentir estimulados a oferecer o serviço com esse tipo de medicamento – são 12 Estados ao todo que já oferecem.

Fitoterápico, de acordo com a legislação sanitária brasileira, é o medicamento obtido exclusivamente a partir de matérias-primas ativas vegetais. Os fitoterápicos utilizados pelo SUS são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, por isso, são considerados seguros e eficazes para a população.

De acordo com Nascimento, o programa tem um viés social, que mobiliza diversas áreas importantes, como a agricultura familiar, por exemplo. “É um instrumento de geração de emprego e renda, de desenvolvimento local e estruturação na cadeia produtiva, pois mobiliza desde o cultivo da planta medicinal até a produção do fitoterápico”.

O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, instituído em dezembro de 2008 pela Portaria nº 2.960, tem como um de seus objetivos inserir, com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS. O Programa busca, também, promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros.

Conheça as plantas medicinais que compõem a RENISUS:

Espécies vegetais
1
Achillea millefolium

37
Lippia sidoides
2
Allium sativum
38
Malva sylvestris
3
Aloe spp* (A. vera ou A. barbadensis)
39
Maytenus spp* (M. aquifolium ou M. ilicifolia)
4
Alpinia spp* (A. zerumbet ou A. speciosa)
40
Mentha pulegium
5
Anacardium occidentale
41
Mentha spp* (M. crispa, M. piperita ou M. villosa)
6
Ananas comosus
42
Mikania spp* (M. glomerata ou M. laevigata)
7
Apuleia ferrea = Caesalpinia ferrea *
43
Momordica charantia
8
Arrabidaea chica
44
Morus sp*
9
Artemisia absinthium
45
Ocimum gratissimum
10
Baccharis trimera
46
Orbignya speciosa
11
Bauhinia spp* (B. affinis, B. forficata ou B. variegata)
47
Passiflora spp* (P. alata, P. edulis ou P. incarnata)
12
Bidens pilosa
48
Persea spp* (P. gratissima ou P. americana)
13
Calendula officinalis
49
Petroselinum sativum
14
Carapa guianensis
50
Phyllanthus spp* (P. amarus, P.niruri, P. tenellus e P. urinaria)
15
Casearia sylvestris
51
Plantago major
16
Chamomilla recutita = Matricaria chamomilla = Matricaria recutita
52
Plectranthus barbatus = Coleus barbatus
17
Chenopodium ambrosioides
53
Polygonum spp* (P. acre ou P. hydropiperoides)
18
Copaifera spp*
54
Portulaca pilosa
19
Cordia spp* (C. curassavica ou C. verbenacea)*
55
Psidium guajava
20
Costus spp* (C. scaber ou C. spicatus)
56
Punica granatum
21
Croton spp (C. cajucara ou C. zehntneri)
57
Rhamnus purshiana
22
Curcuma longa
58
Ruta graveolens
23
Cynara scolymus
59
Salix alba
24
Dalbergia subcymosa
60
Schinus terebinthifolius = Schinus aroeira
25
Eleutherine plicata
61
Solanum paniculatum
26
Equisetum arvense
62
Solidago microglossa
27
Erythrina mulungu
63
Stryphnodendron adstringens = Stryphnodendron barbatimam
28
Eucalyptus globulus
64
Syzygium spp* (S. jambolanum ou S. cumini)
29
Eugenia uniflora ou Myrtus brasiliana*
65
Tabebuia avellanedeae
30
Foeniculum vulgare
66
Tagetes minuta
31
Glycine max
67
Trifolium pratense
32
Harpagophytum procumbens
68
Uncaria tomentosa
33
Jatropha gossypiifolia
69
Vernonia condensata
34
Justicia pectoralis
70
Vernonia spp* (V. ruficoma ou V. polyanthes)
35
Kalanchoe pinnata = Bryophyllum calycinum*
71
Zingiber officinale
36
Lamium album

* definir a(s) espécie(s) com cultivo, estudos e indicação de uso

COMENTÁRIO: Achei a matéria interessante. Aliás, o tema "fitoterapia" sempre foi muito interessante para mim. Quando tive chance de trabalhar com isto no tempo em que estive na Secretaria Estadual de saúde do PR, fiquei impressionado com a possibilidades fabulosas de desenvolvimento e exploração de fitoterápicos mas, ao mesmo tempo, com as monstruosas dificuldades que se encontra a cada passo. Evidentemente o lobby da indústria farmacêutica não tem o menor interesse em que o assunto progrida.
Na época estive - através de convite da Dra. Margrid Teske, proprietária e entusiasta da fitoterapia - numa visita ao laboratório Herbarium o qual havia passado por dificuldades sérias dado a mudanças muito específicas na legislação de farmacos e que pareciam ter acontecido "por encomenda" do lobby do mal...

Em tempo: bem que na lista acima a turma do MS poderia ter colocado ao lado do nome científico o nome popular das plantas. Confesso que fiquei flutuando na maioria dos nomes...

Para quem se interessa pelo tema, o Herbarium editou e publicou um "Compêndio de Fitoterapia" (uma das autoras é a própria Dra Margrid Teske juntamente com a Dra Anny Margaly M. Trentini). Na introdução do livro, a seguinte frase:

"Este compêndio é dedicado a todos aqueles que têm consciência de que a fitoterapia é hoje, antes de tudo, uma cultura, não apenas uma moda."

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