Pressão alta, depressão e obesidade são apontadas como as principais doenças entre os trabalhadores do setor. Empresas vão receber assistência individualizada do Sesi
Os dados apontam que 10,7% dos trabalhadores da indústria apresentam excesso de peso; 27,6% sofrem de hipertensão e 12,1% têm depressão. Além disso, observou-se que 28,7% dos trabalhadores necessitam de atendimento odontológico de alta complexidade. Entre as causas para esses problemas, o estudo aponta principalmente para a alimentação inadequada, a falta de atividades físicas e o estresse entre os trabalhadores.
No Paraná: Problemas na coluna são os mais comuns
O estudo feito pelo SESI nas indústrias do Paraná mostra resultados melhores do que os obtidos nacionalmente, ainda que a comparação seja imprecisa por não observar critérios estatísticos (pois considera universos distintos). No Paraná, o SESI ouviu 34.453 trabalhadores de 160 empresas. Os dados apontam que os problemas de coluna são os mais comuns entre os trabalhadores paranaenses da indústria, com 12,2% de ocorrência. Em seguida, observa-se a obesidade (9,7%), a hipertensão (6,6 %) e os problemas de depressão (6%). Observou-se ainda que 27,2% dos trabalhadores tiveram medida de pressão arterial alterada. Com relação ao estilo de vida, 54% disseram não consumir frutas e verduras diariamente, 5,3% consomem sal em excesso e outros 41,1% disseram que o consumo de refrigerantes ultrapassa três vezes por semana (MRS)
De acordo com Fernando Coelho Neto, gerente executivo de saúde do SESI nacional, o objetivo do estudo é que as indústrias conheçam a realidade da saúde e do estilo de vida de seus funcionários, a fim de adequar as políticas e a ações de saúde ocupacional de forma mais racional e efetiva. “Não se trata de uma pesquisa representativa da situação no Brasil, mas de um guia prático para orientar as indústrias caso a caso”, explica. Assim, cada uma das 2.463 indústrias participantes do estudo recebeu um diagnóstico específico para aplicar a seus trabalhadores.
Para as empresas, investir em saúde do trabalhador significa economizar em termos de ausência e produtividade. “Mas as empresas precisam saber onde e como investir”, diz Fernando.
Hábitos não saudáveis
No que diz respeito ao estilo de vida não saudável, o estudo mostrou que 64,3% dos entrevistados dizem não consumir uma quantidade suficiente de frutas e verduras, 6,5% consomem sal em excesso e 45,8% afirmam consumir de refrigerantes pelo menos três vezes por semana. O porcentual de fumantes chega a 11,7% e o consumo de bebida alcoólica em excesso é de 3,2% entre os entrevistados. Além disso, 26,7% afirmam não realizar qualquer tipo de atividade física. Segundo o estudo, maus hábitos de alimentação e pouca atividade física, combinados, aumentam o risco de problemas cardiovasculares graves.
Fabiana Varella, assistente médica da Paraná Clínicas, considera fundamental para as empresas observar a saúde do funcionário como um todo. “A medicina como solução em saúde deve primeiramente realizar um mapeamento da saúde do trabalhador para poder realizar ações de prevenção realmente efetivas”, explica. Ela conta que os casos de doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (LER/Dort) vêm mostrando estagnação – até porque são os mais divulgados –, mas os resultados do estudo não surpreendem. “Casos de pressão alta, depressão e obesidade estão casa vez mais comuns, muitas vezes até ocorrendo de uma patologia ser causa de outra”, diz.
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