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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Depois de dois chopes vereador foge do bafômetro e perde habilitação

João Pequeno, Jornal do Brasil

RIO DE JANEIRO - Dirigindo após tomar “dois chopes”, segundo sua própria afirmação, o vereador Carlos Bolsonaro (PP) teve a carteira de habilitação apreendida, após se recusar a passar por um teste com bafômetro na madrugada de quarta-feira, um dia antes de o governo estadual anunciar queda de 20,6% nas vítimas de acidentes de trânsito em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado – redução que atribui à Operação Lei Seca.

Carlos Bolsonaro, que está no segundo mandato, foi parado em uma blitz da Operação Lei Seca na Avenida Princesa Isabel, em Copacabana, pouco antes de chegar a seu apartamento. Ele disse ao JB que não estava alcoolizado, mas será submetido a um processo administrativo do Detran-RJ, podendo perder a habilitação por um ano e pagar multa de R$ 1,5 mil.

– Fui jantar com minha namorada na Urca e tomei dois chopes, o que não me altera. Quase chegando em casa, fui parado na blitz. Decidi não passar pelo bafômetro porque a Constituição Federal me garante o direito de não produzir prova contra mim e, também, porque sabia que a quantidade que eu havia bebido era superior à permitida (0,1 mg de álcool por litro de ar expelido).

Segundo o vereador, seu estado “normal”, ao ser parado, teria sido atestado pelos policiais responsáveis pela blitz.

– A embriaguez pode ser constatada pelo próprio agente de trânsito, se notar que o motorista está alterado. Está no parágrafo 2º do artigo 277 do Código de Trânsito, desde o ano passado. No entanto, eles não fizeram isso, e aplicaram o parágrafo 3º, do mesmo artigo, apreendendo a carteira de quem se recusa a fazer o teste.

O vereador – filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP) – reconheceu que “estava errado”, mas disse que considera a lei “exagerada”, e que aconselha “que ninguém dirija após comer um chocolatezinho com licor que seja, porque já é suficiente para ser apanhado no bafômetro”.

– Chamei um amigo, que levou meu carro, do número 480 da Princesa Isabel, onde estava a blitz, até o 500, onde moro – concluiu Carlos Bolsonaro, admitindo, ainda, saber que a recusa em passar pelo bafômetro pode ajudá-lo no processo. – De fato, é uma prova material que não haverá – resumiu.

A cidade do Rio de Janeiro teve menos 337 vítimas de acidentes de trânsito em julho deste ano do que no mesmo mês de 2008, de acordo com a Secretaria de Governo do Estado, responsável pelo Operação Lei Seca, que distribui bloqueios policiais pela cidade, a fim de reprimir motoristas alcoolizados.

Segundo a secretaria, 1.295 vítimas de acidentes foram contabilizadas pelo Corpo de Bombeiros em julho de 2009, contra 1.632 no mesmo mês do ano passado.

Segundo o governo, a queda se deve à operação, iniciada em 19 de março deste ano

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