Jovens que assassinam os colegas em sala de aula, febre hemorrágica que mata em poucos dias, terroristas que podem estar em qualquer parte. Todos esses assuntos já fizeram parte dos noticiários do mundo inteiro e, cada um em sua época, causou medo e preocupação na sociedade. Embora a imprensa esteja cumprindo seu papel, alguns sociólogos discutem até que ponto os meios de comunicação contribuem para a disseminação do medo excessivo.
Segundo sociólogo, especialista em segurança e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Rodolfo Bodê, é comum que a mídia supervalorize alguns episódios para vender. “Muita coisa acaba sendo sensacionalismo”, diz.
O sociólogo americano Barry Glasner, que contribuiu para os documentários do cineasta Michael Moore (Tiros em Columbine entre outros), fala no seu livro Cultura do Medo sobre o papel da imprensa em deixar a população com mais medo do que deveria. Segundo ele, quando se colocam no papel as estatísticas sobre o número de mortes que cada caso provoca, elas são bem menores do que outros assuntos tratados com menor importância, como a fome, por exemplo.
Glasner analisa especificamente a imprensa americana, mas aqui no Brasil muitas análises semelhantes são feitas nos bancos das universidades.
Para o professor de sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Lindomar Wessler Bonneti, o exagero existe, mas sempre há um fundo de realidade.”Dependendo do contexto, pode-se criar algo irreal, que passa a fazer parte do imaginário coletivo. Mas não podemos pensar na influência da mídia como algo tão negativo”, diz.
Bonneti acredita que a imprensa cumpre o seu papel e que o pânico maior aconteceria se não houvesse informação. “Claro que provoca medo, mas não consigo ver outra maneira. Ao meu ver, a desinformação causaria um pânico muito maior”, afirma. (AS)
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