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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Morte de Les Paul faz o rock lembrar alguns dos seus mais célebres gênios

no sítio da 91 Rock

Mudou os paradigmas do rock’n’roll, fundou outra maneira de entender o rock’n’roll e revolucionou um instrumento que faz do rock’n’roll o que ele é


A morte de Les Paul, aos 94 anos em 13 de agosto, abre uma lacuna e transforma o legado desse histórico músico em lei fundamental do estilo com o qual contribuiu tanto. Paul revolucionou a trajetória dos instrumentos musicais sendo pioneiro no basilar desenvolvimento da guitarra elétrica. A gravação múltipla, divisor de águas na concepção do rock, também deve toda sua amplitude às mãos desse generoso sujeito.

Por sorte a pneumonia que o levou do hospital White Plains não sepulta o tanto que fez Lester William Polfus, seu nome de batismo. Uma marca de equipamentos ficou com sua flâmula e graça, eternizada na mão de gênios. Mas antes de chegar lá, vale a menção ao brilhante sistema concebido pelo lendário guitarrista. Que marcou para sempre a trajetória de gente que sequer suspeita a existência de Les Paul.

O inventor brilhante

A gravação de diferentes sons, em diferentes momentos, podendo ser fundidos em seguida, para a formatação da música no estúdio, afastou para sempre aspectos retrógrados do rock, que o impediam de se consolidar como gênero musical. Foi a partir da gravação múltipla que o rock’n’roll evoluiu, uma evolução para melhor, com o advento de personagens que cada vez mais reinventaram a técnica, tamanha sua versatilidade, utilidade.

Essa versão multitrack é tida como verdadeira revolução e, com a tecnologia atual, mudou os patrões de fazer e ouvir rock. Mas que não se deixe de ressaltar. Possibilidades oferecidas por softwares cavalares no século XXI estão na evolução do que o visionário Les Paul concebeu.

O fato é que a guitarra elétrica e os instrumentos personalizados ganham agora contornos de sumidade. Elas tornaram o rock um movimento musicalmente respeitado, até invejado, por sua perfeita capacidade de traduzir o sentimento e a atitude, em especial nas mãos de deuses absolutos do instrumento. A primeira ideia de Les Paul vem dos anos 1930, quando ele deu vida a um modelo robusto, singular.

Daí em diante vieram os momentos fabulosos que permitiram a música um patamar divino. Até que em 1952, depois de ser estereotipado e chamado de louco, tamanha a sua inovação e ousadia, estava batizada a absolutamente lendária Gibson Les Paul. Os primeiros exemplares da linha de produção já ultrapassaram os 40 mil dólares em leilões ao redor do mundo, mobilizando aficionados, profissionais, ouvintes, apaixonados.

Nada, no entanto, melhor que o talento. Significativos nomes da música foram presenteados por uma guitarra elétrica de Les Paul, entre outros Paul McCartney. Anunciada como mais famosa do mundo, ela fez misérias em performances de figuras únicas: em shows do Led Zeppelin com Jimmy Page, e do Kiss, nas apresentações do The Who com Pete Townsend, além de Slash e Jeff Beck, notório por sua criatividade (não é preciso menções a Slash).

Hoje, pode-se ter uma pequena noção do que é uma Gibson Les Paul em moldes de games feito o Guitar Hero, que já causaram várias controvérsias, mas chega a ser petulante considerar banalização da guitarra. É, com boa vontade, uma significativa homenagem. Até porque, convenhamos, ninguém deveria passar pela vida sem passar a mão numa Gibson Les Paul.

Poucos, aos 90 anos, conseguem dois prêmios Grammy. Por Les Paul & Friends: American Made, World Played o lendário músico foi reconhecido com a melhor performance de rock e de pop. O primeiro da carreira aconteceu ainda na década de 1970. Ao lado de Mary Ford, com quem chegou a se casar, foram três dezenas de discos de ouro.

Suas experiências no dueto eram verdadeiras fontes de técnicas arrojadas e arrojadas, servindo de influência para umas das primazias do rock: o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles.

Da época em que a amplificação simplesmente não era viável, sua posição contundente soa a de um professor, que sempre o foi. Se hoje “ninguém pensaria em cantar uma música em um palco sem um microfone e um sistema de som” o risco seria, por certo, assumido por Les Paul

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