recebi da Maria Alice GRIPE PANDÊMICA: Sobre a doença Diferença entre gripe e resfriado Os sintomas da gripe pandêmica em nada diferem da gripe sazonal, sendo importante a diferenciação com o resfriado comum, que é causado por outros tipos de vírus, como o adenovírus e o coronavírus. O resfriado se caracteriza pelo aparecimento dos sintomas de forma gradual, com nível de febre baixa ou ausente. Manifesta-se mais por sintomas de vias aéreas superiores, como coriza e dor de garganta, e com menos (ou nenhum) comprometimento sistêmico. A gripe apresenta um início súbito de sintomas, caracterizados por quadro febril acima de 38° C, tosse e com freqüente envolvimento sistêmico, desenvolvendo mialgias. A presença de dificuldade respiratória indica uma gravidade maior ao caso, pois os quadros graves da gripe pandêmica se caracterizam por insuficiência respiratória, pneumonia intersticial e hemorragia pulmonar. Os pacientes podem apresentar ainda, náuseas e vômitos, diarréia, cefaléia e fadiga. Dentro do que se conhece da carga viral e infecção do vírus H1N1 sazonal, sabemos que um dia antes do aparecimento dos sintomas já temos carga viral para transmissão, sendo que esta atinge o pico com um dia de sintoma e mantém-se, porém em declínio, até o sétimo dia no adulto e 14º dia na criança. Tratamento O tratamento, além do sintomático, segue pela utilização de medicações antivirais, que vão atuar sobre o vírus, mais precisamente inibindo as neuraminidases, que são responsáveis pela liberação dos vírions, impedindo assim a saída do vírus de uma célula para outra. Após a utilização da medicação, verifica-se através de estudos com a gripe sazonal que os títulos virais no nariz caem acentuadamente após as primeiras 36 horas do tratamento, diminuindo assim a possibilidade do contágio, bem como se verifica uma melhora dos sintomas. É indicado que se inicie a medicação antiviral nas primeiras 48 horas do início dos sintomas. A orientação é que o médico, em verificando que um paciente apresente os sintomas de síndrome gripal, indique a utilização do Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu®). A Sociedade Paranaense de Infectologia recomenda que a medicação seja prescrita exclusivamente em casos de quadro clínico definido de gripe, evitando-se utilizá-lo em quadro de resfriado. Recomendações sobre a dosagem do TAMIFLU: Informações da Food and Drug Administration (FDA) ADULTOS: 75 mg 2 vezes ao dia por 5 dias.
CRIANÇAS menores de um ano, a dosagem deve ser de acordo com a idade, conforme tabela abaixo, 2 vezes ao dia, por 5 dias.
Ambulatório Em casos de tratamento ambulatorial, o médico deverá recomendar ao paciente a utilização de medicações antivirais e o isolamento domiciliar, bem como realizar obrigatoriamente avaliação e monitoramento clínico periódico. Em caso de agravamento do quadro clínico, encaminhar o paciente ao hospital. Duração do tratamento com antiviral: Recomendações ao paciente: Prescrição: Gestante A gestante tem sido afetada de modo particularmente severa e o tratamento antiviral deve ser sempre aplicado quando do diagnóstico de gripe, independentemente do período de gestação. Internamento Os pacientes com diagnóstico de síndrome gripal (febre acima de 38°C de início súbito, tosse e outros sintomas respiratórios, como dor de garganta e dores musculares - sem diagnóstico de outra patologia, como amigdalite, sinusite, etc.) associado a um dos sinais abaixo são classificados como casos graves e necessitam de internamento. Casos Graves Alteração do nível de consciência, dispnéia, taquipnéia (>25mrm para adultos, >40 mrm em crianças de 1 a 5 anos e >50 mrm em crianças <1 ano), saturação O2 < 90% , esforço respiratório (tiragem intercostal e/ou batimentos de asa de nariz), hipotensão arterial (no adulto, PA diastólica < 60 mmHg e sistólica < 90 mmHg), cianose, vômitos incoercíveis, toxemia, desidratação. Orientações sobre notificação obrigatória A notificação é obrigatória e deve ser realizada de forma imediata em casos suspeitos ou confirmados de Influenza A (H1N1). Para tanto, o médico deverá preencher a Ficha de Notificação com os dados do paciente e: 1) Quando o atendimento for realizado em Hospitais ou Unidades de Saúde (SUS), a próprio instituição fará o encaminhamento dos documentos para a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA). 2) Quando o atendimento for realizado em consultório, há duas possibilidades: » Em casos com necessidade de internamento, o médico deverá encaminhar o paciente ao Hospital, juntamente com a ficha de notificação, e a responsabilidade em encaminhar o documento à SESA é da instituição. » Em casos de tratamento ambulatorial, o médico deverá entregar a ficha de notificação ao paciente ou responsável, juntamente com a receita em duas vias e o Formulário para dispensação de Oseltamivir, para que o mesmo possa retirar o medicamento nos postos autorizados pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA). Informações adicionais podem ser obtidas no Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) por meio dos telefones (41) 3350-9356 e 3350-9371. PREVENÇÃO Medidas iniciais no atendimento do paciente com suspeita de gripe » Higienizar rigorosamente as mãos antes e após qualquer atendimento. » Reforçar limpeza concorrente do ambiente e desinfecção de superfícies. » Disponibilizar dispensadores de lenços descartáveis e álcool gel para higiene das mãos nas salas de espera do Pronto Atendimento, Sadts, consultórios e outros serviços. » Disponibilizar área preferencial de atendimento a pacientes com síndrome gripal, com boa ventilação (manter janelas abertas). » Orientar uso de máscara cirúrgica aos pacientes com sintomas de gripe. » Evitar aglomerações e ambientes fechados. » Atendê-lo de forma mais ágil. Se possível atendê-lo no início ou término das consultas visando evitar aglomeração na sala de espera. Uso de máscaras e outros EPIs Máscara Cirúrgica: Máscara N95: Uso de luvas de procedimento, avental e óculos: Luvas: Contato direto com fluidos corpóreos, pele não íntegra, mucosas; colocar antes e retirar imediatamente após o contato com o paciente. Avental de Contágio: Usar sempre que houver risco de respingos de fluidos corpóreos. Descartá-lo imediatamente após o termino da assistência e higienizar as mãos. Óculos: Sempre que houver risco de respingos de fluidos corpóreos na face. Medidas gerais de higiene » Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir preferencialmente com lenço descartável; » Mãos com sujidade aparente, higienizar lavando com água e sabão; » Mãos sem sujidade aparente, higienização com lavagem ou álcool 70%; » Evitar tocar olhos, boca e nariz; » A utilização de máscaras deve ser compulsória para os pacientes que apresentem sintomas da síndrome gripal, quando em contato com outras pessoas, evitando assim a transmissão. As recomendações contidas neste documento foram elaboradas pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná em conjunto com a Sociedade Paranaense de Infectologia. Alguns dados foram baseados em informações emitidas pelas Secretarias Municipal de Saúde de Curitiba (SMS) e Estadual do Paraná (SESA), Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba (HNSG) e Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR). Vale ressaltar que os dados contidos neste documento são de cunho técnico e científico direcionados a médicos. | |||||||||||||||||||||
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