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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Partos em adolescentes caem 30% em dez anos

no Portal da Saúde MS


Foram 485,6 mil partos em 2008 contra 699,72, em 1998. Queda deve-se ao acesso a políticas de saúde. MS realiza ações de incentivo para jovens procurarem os serviços

O número de partos realizados na rede pública de saúde em meninas entre 10 e 19 anos caiu 30,6% nos últimos dez anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2008, foram feitos 485,64 mil partos contra 699,72 mil em 1998 (veja tabela abaixo). No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a redução ultrapassou 35%. A queda na quantidade de adolescentes grávidas no Brasil deve-se, principalmente, ao acesso às políticas de prevenção e orientação sobre saúde sexual.

Os postos de saúde no país disponibilizam, gratuitamente, métodos contraceptivos. A compra pelo Ministério da Saúde de preservativos masculinos, por exemplo, chegou a um bilhão em 2008, a maior feita por um governo no mundo. Grande parte dessa leva é distribuída em campanhas como as do carnaval, cujo foco são adolescentes e jovens. Antes do carnaval de 2009, foram entregues aos estados 19,5 milhões de preservativos.

O aumento no número de equipes de Saúde da Família também reflete no acesso a informações sobre planejamento familiar as comunidades da capital e cidades do interior. Atualmente, esses profissionais atendem 49% da população, levando informações sobre prevenção de gravidez, saúde sexual e reprodutiva aos adolescentes e jovens das cidades atendidas. Em 2000, o índice de cobertura era 15,7%. O total de equipes trabalhando em todo o país saltou de 7,6 mil para 29,7 mil.

RESULTADOS - “Por causa dessas iniciativas, meninas e meninos estão mais informados sobre saúde sexual e reprodutiva e têm mais acesso a preservativos e métodos contraceptivos”, afirma a coordenadora da área de Saúde do Adolescente e do Jovem do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare. Ela destaca ainda como fundamental na redução do número de partos entre adolescentes os programas que unem saúde e educação, como Saúde nas Escolas e Prevenção e Saúde nas Escolas.

Essas duas iniciativas levam aos alunos da rede pública informações sobre puberdade, saúde reprodutiva, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e sobre o sexo seguro. “Um dos grandes desafios nessa área é educar e orientar o jovem”, destaca Thereza de Lamare. Com o intuito de melhorar o acesso dessa parcela a informações sobre saúde, o Ministério da Saúde realiza, a partir do dia 22 de setembro – Dia Nacional da Juventude, uma série de ações para incentivar o adolescente a procurar os serviços de saúde.

SEMINÁRIO SOBRE JUVENTUDE - A data será comemorada com o seminário Mais Saúde na Juventude: Vamos Falar Disso?, que reune jovens, especialistas e gestores, em Brasília, para discutir políticas de saúde para a juventude. O encontro, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, em Brasília, estará focado em quatro temas – saúde sexual e reprodutiva, violência e acidentes, álcool e outras drogas, meio ambiente, esporte e lazer. As discussões ocorrem hoje, dia 22, às 9h30, no Hotal Carlton, Setor Hoteleiro Sul.

De acordo com a coordenadora da área de Saúde do Adolescente e do Jovem do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare, a proposta é dar maior visibilidade ao atendimento dessa parcela, que requer cuidados especiais por estarem em fase de crescimento e desenvolvimento. “Iniciativas em educação em saúde, alimentação saudável, informações sobre sexualidade, violência e drogas são fundamentais para prevenir situações que podem colocar em risco a saúde de adolescentes e jovens”, afirma. “Eles estão no auge das transformações e necessitam de orientação e informação”, reitera.

CADERNETA DA SAÚDE JOVEM – É exatamente a partir da difusão de informações sobre saúde que o Ministério quer incentivar o jovem a buscar os serviços nas unidades com mais freqüência. Até outubro deste ano, quatro milhões de Cadernetas de Saúde do Adolescente serão distribuídas a 433 municípios brasileiros. Impressa em duas versões – para homens e para mulheres, elas serão utilizadas no acompanhamento da saúde de jovens entre 10 e 16 anos. São 50 páginas com informações sobre saúde sexual e reprodutiva, sobre alimentação, puberdade, drogas e os cuidados necessários nessa faixa etária.

Embora a caderneta fique com o adolescente, existem páginas específicas para o profissional de saúde. Ele deverá preencher e acompanhar o cartão de vacinação e a tabela do Índice de Massa Corporal (IMC) com a estatura para avaliar o desenvolvimento do paciente. O investimento na impressão e distribuição das cadernetas foi de R$ 940 mil. No próximo ano, outras 4 milhões deverão ser produzidas e enviadas aos estados.

Confira abaixo as versões feminina e masculina da caderneta:

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cardeneta_meninas.pdf

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cardeneta_meninos.pdf

Os 433 municípios que participarão da primeira distribuição das cadernetas foram escolhidos por apresentarem projetos voltados a essa parcela, além de integrarem programas do Ministério da Saúde que vão facilitar o uso do material, como o Saúde nas Escolas e o Saúde e Prevenção nas Escolas. Os profissionais de saúde dessas cidades participarão de oficinas realizadas com os técnicos do Ministério nos estados sobre o funcionamento do projeto.

A proposta das oficinas é capacitar os profissionais de saúde quanto ao atendimento de adolescentes, em especial no seu crescimento e desenvolvimento como também as questões éticas e legais conversarem e orientarem o adolescente. “Existem muitas dúvidas, por exemplo, se eles podem ser atendidos sem os pais ou receberem prescrição de anticoncepcionais sem autorização da família. O profissional também deve aproveitar o atendimento para orientar o adolescente. É preciso esclarecer que o direito deles à saúde esta em primeiro lugar”, esclarece Thereza de Lamare.


UF

1998

2008

%

10 a 19 anos

10 a 19 anos

Rondônia

8.217

3.971

51,67%

Acre

4.109

3.701

9,93%

Amazonas

16.756

14.064

16,07%

Roraima

1.866

1.742

6,65%

Pará

38.215

36.852

3,57%

Amapá

2.379

3.313

+ 39,26%

Tocantins

7.821

6.194

20,80%

Norte

79.363

69.837

12,00%

Maranhão

37.349

27.211

27,14%

Piauí

16.780

11.963

28,71%

Ceará

35.714

24.853

30,41%

Rio G.do Norte

14.104

9.952

29,44%

Paraíba

14.598

11.184

23,39%

Pernambuco

39.712

27.890

29,77%

Alagoas

15.529

13.186

15,09%

Sergipe

9.085

7.111

21,73%

Bahia

60.782

42.518

30,05%

Nordeste

243.653

175.868

27,82%

Minas Gerais

63.070

42.130

33,20%

Espírito Santo

13.178

7.683

41,70%

Rio de Janeiro

46.483

23.835

48,72%

São Paulo

108.393

73.876

31,84%

Sudeste

231.124

147.524

36,17%

Paraná

38.101

23.020

39,58%

Santa Catarina

18.426

13.109

28,86%

Rio G.do Sul

30.925

19.492

36,97%

Sul

87.452

55.621

36,40%

Mato G. do Sul

11.480

7.944

30,80%

Mato Grosso

13.358

9.551

28,50%

Goiás

20.769

11.192

46,11%

Distrito Federal

12.519

8.102

35,28%

Centro-Oeste

58.126

36.789

36,71%

Total

699.718

485.639

30,60%

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