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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Usuários dos serviços de saúde mental fazem marcha por melhor atendimento

Agência Brasil

Brasília - Na busca por melhores condições de atendimento e de reinserção social, pessoas com distúrbios mentais de diversos estados vem a Brasília no próximo dia 30, quarta-feira, para a Marcha dos Usuários pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial.

A previsão é de que cerca de 1.800 participantes da marcha vão defender as conquistas e avanços da reforma psiquiátrica e pedir a efetiva aplicação da Lei da Reforma Pisquiátrica, sancionada em 2001, que determina, por exemplo, que todo tratamento psiquiátrico visará à reinserção social do paciente, a garantia de serviços médicos também de assistência social, ocupacional e psicológica e de tratamento com humanidade e respeito.

Outro ponto a ser reivindicado é a efetiva implantação do Programa de Volta para Casa, criado em 2003 pelo Ministério da Saúde, que visa a reintegrar socialmente pessoas com transtornos mentais que passaram por longas internações e auxílio financeiro. Dados do Ministério da Saúde contabilizam 3.346 pessoas atendidas pelo programa em junho deste ano.

Na programação da marcha está prevista uma audiência pública na Câmara dos Deputados e há confirmação do Ministério da Saúde de que uma comissão será recebida para discutir os temas de interesse dos participantes.

A comissão deverá pedir ao governo a realização da 4ª Conferência Nacional de Saúde Mental, já que a última edição ocorreu em 2001. A intenção é que com a conferência sejam discutidos com ampla participação nacional os passos necessários para que se avance na Reforma Psiquiátrica Antimanicomial.

A marcha terá também programação cultural com apresentação de bandas formadas por pessoas com transtornos mentais. O evento é organizado pela Rede Nacional de Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila), com apoio do Conselho Federal de Psicologia.

Estimativas do Ministério da Saúde apontam que 3% da população brasileira sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, 6% têm transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas e 12% da população necessita de alguma atendimento de saúde mental, seja ele contínuo ou eventual.

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