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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fila para cirurgias eletivas chega a 5,8 mil pacientes em Cascavel

Espera pelas operações chegam a quatro anos. Secretaria de Saúde reconhece a déficit de vagas, mas aponta que problema deve ser amenizado com 12 novos hospitais que estão sendo implantados
na Gazeta do Povo
A fila de pacientes que esperam para passar por procedimentos cirúrgicos eletivos – que não são de caráter urgente ou emergencial – já ultrapassa 5,8 mil nomes em Cascavel. De acordo com a coordenadora da Central de Leitos do Hospital Universitário (HU) de Cascavel, a espera por uma cirurgia chega a quatro anos. “Todo dia tem paciente na fila”, disse, em entrevista ao telejornal ParanáTV, da RPC TV.
No hospital, muitos pacientes com casos urgentes ou emergenciais aguardam leitos para internação ou chegam a ser atendidos em macas e permanecem em locais improvisados ao longo de todo o tratamento. De acordo com a coordenadora de Internação do HU, Claudete Brixner, a grande demanda no pronto socorro acaba provocando o adiamento das cirurgias eletivas agendadas.

Em 2006, a cozinheira Inês Fardoski descobriu uma hérnia abdominal e, desde então, aguarda na fila para ser submetida ao procedimento cirúrgico. Ela chegou a ser internada duas vezes, mas em nenhuma delas foi operada. “Em todo esse tempo que eu estou esperando, muitas coisas mais se complicaram. A partir do dia que fizer a cirurgia, isso tudo vai melhorar”, disse.
Reconhecimento e perspectivas
secretário Estadual de Saúde, Gilbermo Martin reconhece o problema. Na avaliação dele, o sistema público de saúde da uma boa vazão as casos de atenção básica e uma assistência razoável aos casos de urgência e emergência, mas as cirurgias eletivas acabam sendo “o gargalo do sistema”. Isso porque há poucas ofertas de vaga e poucos profissionais se interessam em fazer os procedimentos, em função da baixa remuneração oferecida pelo sistema público.
Por outro lado, Martin ressalta que a Secretaria está fazendo sua parte. Segundo o secretário, em 2006 foram realizados quase 8 mil procedimento eletivos no estado; em 2007, foram mais de 8 mil; em 2008 mais de 9,1 mil pacientes foram operados; e até o final do primeiro semestre de 2009, 6,2 mil cirurgias eletivas foram feitas. Ele aponta que em Cascavel, cerca de 700 procedimentos estão sendo realizados por ano, mas o número não está sendo suficiente para reduzir as filas.
De acordo com a Secretaria, o problema deve ser amenizado com a construção de 12 grandes hospitais que estão sendo implantados pelo Governo do Estado. Essas unidades terão como prioridade assumir a fila de cirurgias eletivas em todo o Paraná. Com as inaugurações, cerca de mil novos leitos serão disponibilizados à população.

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