Cadri Massuda reservou o andar superior do casarão de seu restaurante para expor as obras do pai, Alberto Massuda
na Gazeta do Povo
A doação e a venda de obras de acervos familiares não são opções únicas. Há quem opte por montar galerias e museus privados para dar atenção especial à coleção e manter um espaço destinado ao próprio acervo. Seguem esse tipo de iniciativa o Centro Cultural e Gastronômico Alberto Massuda, em Curitiba, e o Museu de Arte Indígena (MAI), em Clevelândia, no Sudoeste do Paraná.
Precursor do surrealismo no Paraná, o artista plástico Alberto Massuda ganhou uma homenagem póstuma da família. Ao tentar doar a coleção de obras do pai a museus, o médico e empresário Cadri Massuda encontrou alguns obstáculos relacionados à conservação do acervo e à falta de espaço adequado para manter os conjuntos. “Isso me frustrou”, conta Massuda. A solução encontrada foi criar uma galeria autossustentável.
Em 2008, oito anos após a morte do artista, foi inaugurado o restaurante que leva seu nome e já recebe cerca de 2,5 mil clientes por mês. No andar superior fica exposto o acervo com cerca de 80 pinturas e gravuras. “Elas estão lá para serem vistas, não para serem comercializadas. O grande desejo de um artista é fazer com que sua obra seja perene”, diz o filho. “O nome do meu pai nunca foi tão falado. Ele viveu da arte, daquilo que produzia. Tinha o sonho de fazer com que suas obras fossem vistas e apreciadas.”
Sem cogitar a possibilidade de doar a coleção de artigos indígenas de várias tribos do país que coletou durante 12 anos, a pesquisadora Julianna Rocha Podolan decidiu fundar o próprio museu depois de receber vários convites para exibir seu acervo. A doação foi descartada por considerar que não há “o devido respeito a coleções indígenas”, tratadas de forma “marginal”. Ela preferiu a liberdade e autonomia para cuidar de seu próprio trabalho.
O MAI foi fundado em novembro passado e atrai cerca de 100 visitantes por dia. “É um museu pequeno, mas bastante completo. Seria muito egoísmo ter restrito só para mim, meus familiares e amigos.” Julianna escolheu Clevelân dia para hospedar a iniciativa por ser sua terra natal e para fugir dos grandes centros urbanos. “O Brasil tem dimensão continental e tudo fica concentrado nas grandes capitais. É interessante começar a olhar para o interior de outra forma”, diz. (JO)
COMENTÁRIO: O Cadri Massuda é meu amigo há quase 30 anos. O filho dele, Adriano, também médico, é meu amigo também, e - como eu - é um daqueles "românticos" adeptos das políticas sociais e da Saúde Coletiva.
O lugar é muito agradável, a comida é ótima e o Cadri está sempre por lá conversando com os amigos.
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