A notícia é fresca: “Por 8 votos a 5, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu revogar a a prisão do ex-governador do Distrito Federal Jose Robero Arruda (sem partido, ex-DEM)”. A informação é do jornal O Globo online (12/04). Arruda, assim como outros acusados, estava preso desde fevereiro por tentar corromper uma testemunha da investigação da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Com o feito, ele tornou-se o primeiro governador do Brasil a ser encarcerado durante o mandato. Pode ser o começo do fim de uma período infernal para o ex-governador, mas está longe de ser para população que reside naquele estado.
No final de 2009, o Brasil começava a acompanhar a enxurrada de escândalos, que atolava o Distrito Federal, capitaneada pelo seu próprio governador. O esquema de corrupção e distribuição de propina entre aliados e empresários, que ficou conhecido como mensalão do DEM, acarretou, além da prisão, a perda do mandato do Arruda, cassado TRE do Distrito Federal por infidelidade partidária.
Mas, para variar, as consequencias mais drásticas ficaram para a área social, pois são de lá que os recursos são desviados nos escândalos como os do DF. Pensando nisso, a pesquisadora Fabíola Nunes, do Núcleo do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES-DF) elaborou, em conjunto com especialistas, um documento em que analisa a relação entre a corrupção do governo de Arruda e o sistema de saúde local.
O texto faz um balanço do que foi a desastrosa gestão de Arruda e como ela contribuiu para o enfraquecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento aponta que essa tentativa vai além de um esquema montado por partidos históricamente de direita. “A crise política atual deixa isso claro – mais do que uma opção ideológica, o desmonte do SUS é sustentáculo importante do sucesso do esquema de corrupção instalado no governo. Sua origem em interesses espúrios – e não em ideologia – é demonstrável pelo fato de que esse desmonte vem sendo feito desde os governos passados, de coalizão PMDB-PSDB, até o atual, composto por uma frente amplíssima, capitaneada pelo Partido Democratas (DEM), e que inclui até partidos de esquerda”, diz o texto.
O documento mostra ainda que a o desmantelamento do SUS está atrelado à política, defendido pelo governo Arruda de não participação do Estado nas questões sociais, deixando à mercê do mercado. “A desconstrução do SUS no DF tem, por características, a opção pelo descumprimento criminoso do papel do Estado em assegurar ações e serviços públicos de saúde para sua população e a adoção de artifícios para escamotear as determinações da Lei Orgânica de Saúde quanto à organização e ao funcionamento do sistema, especialmente no que se refere à gestão financeira”, aponta o texto.
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