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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dr. Rosinha: Investigação na Assembleia do PR não pode parar no 2º escalão


O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) afirmou nesta quarta-feira (28) em Brasília que as investigações sobre o escândalo milionário de corrupção na Assembleia Legislativa do Paraná não devem ficar restritas aos ex-diretores da Casa, presos no último fim de semana.
 
"Alguém acredita que os ex-diretores da Assembleia operavam sem o conhecimento da presidência da Casa?", questiona Dr. Rosinha. "Quem assinou a nomeação de laranjas, quem contratou fantasmas, quem concedeu supersalários não foram diretores, foram deputados."
 
Todas as nomeações do Legislativo são assinadas pelo presidente, pelo primeiro-secretário e pelo segundo-secretário, cargos ocupados por Nelson Justus (DEM), Alexandre Curi (PMDB) e Valdir Rossoni (PSDB), respectivamente.
 
O parlamentar petista, que já defendeu a renúncia coletiva de todos os membros da Mesa Executiva da Assembleia, também avalia como necessária a extensão do bloqueio de bens - já solicitada pelo Ministério Público do Paraná em relação aos ex-diretores - ao presidente Nelson Justus. "No mínimo, o atual e os ex-presidentes nos períodos em que tenham sido constatados desvios deveriam ter seus bens igualmente bloqueados para eventual ressarcimento futuro."
 
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Narcotráfico) estima que, apenas no caso de uma família utilizada como laranja no esquema de corrupção, mais de R$ 20 milhões foram desviados dos cofres públicos do Legislativo estadual.
 
Para Dr. Rosinha, o afastamento da Mesa é "urgente", como medida destinada a preservar provas e garantir a isenção das investigações.
 
 
Sindicância "risível"
 
No começo desta semana, uma sindicância interna apontou como culpados das irregularidades justamente os ex-diretores presos - Abib Miguel, José Ary Nassif e Cláudio Marques da Silva.
 
Dr. Rosinha classificou a conclusão da sindicância como "risível". "Ninguém acredita que esses ex-diretores tinham autonomia em relação à Mesa."
 
Em sua página no twitter, o deputado federal disse ainda concordar com o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), que em sua estreia na rede de micro-blogs pregou o fim da reeleição para a Mesa Executiva, como "medida importante para oxigenar" a administração do Legislativo.
 
"A reeleição de direções legislativas deveria ser proibida em todas as Assembleias e Câmaras Municipais", opina Dr. Rosinha. "Aqui, na Câmara Federal, já é proibida."
 
O deputado federal petista citou como exemplo negativo o caso do vereador João Cláudio Derosso (PSDB), que preside a Câmara Municipal de Curitiba desde 1997, pelo sétimo mandato seguido. "A reeleição indefinida gera vícios, mina a transparência", afirma Dr. Rosinha. "Alguns parlamentos, como a Câmara de Curitiba, não têm presidente, têm donos."

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