Virgílio e FSP associam-se em agenda
O líder do PSDB, senador Artur Virgilio (AM) é conhecido por sua retórica vazia e seus rompantes no Senado. Ninguém dá muita importância à sua verborragia, exceção da Folha de S.Paulo que lhe dá espaço hoje com uma matéria de página interna com a chamada ”Tucano ataca luta de Dilma contra a Ditadura”.
Claro, essa é uma agenda cara à Folha que faz de tudo para caracterizar como “bandida” a luta contra a ditadura e segregar os democratas que resistiram com armas, mesmo em autodefesa. O jornal esconde que todos nós que pegamos em armas viemos da luta política institucional que foi proibida, reprimida e eliminada.
E que todos - isso mesmo, todos - que lutaram contra a ditadura foram vítimas das torturas e assassinatos, independente da forma de luta em que se engajaram, seja política ou militar. O tucano - que já foi comunista como ele mesmo diz no discurso que fez - afirmou que Dilma "não é bandida, mas lutou de maneira errada contra a ditadura militar”.
Mandela também foi da luta armada
É uma afirmação sem nenhum sentido histórico. Os tenentes que se levantaram em 22 e 24, na Coluna Prestes, e depois triunfaram na Revolução de 30, erraram em 1922 quando 18 deles enfrentaram de peito aberto a repressão e todos, menos Eduardo Gomes, foram assassinados pelas balas covardes das tropas federais?
Erraram aqueles que levantaram São Paulo em 1924, sob a liderança de Miguel Costa, e depois conformaram a Coluna Prestes? Erraram os Inconfidentes? Erraram os que lutaram contra as ditaduras na República Velha?
Claro que não. Não venceram naquela fase, como também Nelson Mandela não venceu na África do Sul e ficou 27 anos na cadeia. Mas, o próprio Mandela nunca renegou a luta armada. Não faltam exemplos no mundo para refrescar a memória do senador tucano
Líder tucano desfia erros sobre Dilma
"(Dilma) lutou contra a ditadura. Com as armas, a concepção, as limitações que tinha, e eu também A análise política daquele momento nos levou, tanto a ela, quanto a mim, a uma posição de ultraesquerda. Tanto ela quanto eu e outros agimos de acordo com o que a nossa consciência ditava na época (...) Lutar contra a ditadura da forma mais radical era uma exigência ética e moral".
Ao invés de ficar com destempero verbal, o líder tucano no Senado, Artur Virgílio (PSDB-AM) deveria era ler - e com muita atenção - o trecho acima, de entrevista ao Estadão de hoje de seu companheiro de partido, o deputado e ex-chefe da Casa Civil de Serra em São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira Filho. Ele fala exatamente sobre a resistência de Dilma Rousseff à ditadura e de um momento que Virgílio claramente não compreende.
Nas acusações que faz contra a candidata do presidente Lula, governo, PT e aliados, Dilma, Virgílio erra quando diz que ela devia ter optado por um partido como o MDB. Ora, ela optou.
Virgílio transmite informações erradas
Atuou no MDB em Porto Alegre e não só coordenou, junto com outros democratas, a campanha do vereador eleito em 1976, Marcos Klassmann - cassado pela ditadura dois anos depois - como ajudou a fundar o IEPS e, depois, a Associação de Debates do então PTB brizolista.
Dilma ainda se filiou ao PDT depois que a ditadura tirou de Leonel Brizola a legenda do PTB, no final da década de 70 e o general Golbery do Couto e Silva a entregou à deputada Ivete Vargas. Atuou no Movimento Feminino pela Anistia e no Comitê Brasileiro pela Anistia.
Também foi secretária da Fazenda de Alceu Colares na Prefeitura de Porto Alegre e em seu governo no Rio Grande do Sul. Como toda democrata Dilma lutou a luta que era possível. Não faltou à convocação da história. Quando necessário enfrentou a ditadura na tradição rebelde e insurgente de toda as lutas democráticas de nosso povo (leia, também, o post acima ). Aliás, matéria publicada em 14 de fevereiro em O Globo conta a trajetória de Dilma, veja .
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