no blog do Dr. Eduardo Leite
O medo sempre fez parte da história do homem. Nos primórdios da sua existência era o medo, seu maior aliando contra os seus predadores. Esse medo ficou até hoje na nossa memória reptiliana e mantém o seu papel de preservar a espécie.
O medo, sem sombra de dúvidas, é o maior sentido de defesa, infelizmente, apesar do grande desenvolvimento intelectual conquistado ao longo da sua evolução, e que deveria diminuir a importância do medo na preservação da espécie, o homem perdeu-se na busca da matéria, do ter e ter a qualquer custo, cada vez mais, como os seus antepassados primitivos que comiam e comiam com medo de não ter o que comer a posteriore.
Com o desenvolvimento industrial e a evasão rural as cidades tiveram um crescimento populacional que resultou em graves problemas urbanos. Nos últimos 40 anos, no nosso país, a decadência do ensino público é cada vez mais crescente e o direcionamento do ensino privado à condição única de preparar o estudante para ingressar na universidade, leva a uma grande massa de jovens despreparados para o emprego qualificado.
Somos uma nação emergente carente de técnicos e pródiga em formar jovens desqualificados, por falta de um ensino público básico, secundário e técnico de qualidade, que somado a um número cada vez mais crescente de analfabeto funcional resultando num quadro cada vez mais crescente de injustiça social.
O medo do desemprego, da falta de opção numa sociedade cada vez mais corrupta, competitiva, exigente e materialista que vê no consumo a sua razão de ser, fica cada vez mais egoísta e fonte crescente de outros medos. Já dizia Oscar Wilde: ´´ onde há medo, não há inteligência ``. Por mais que paradoxal que venha a aparecer essa é a nossa realidade: crescemos em conhecimento tecnológico e decrescemos a cada ano em crescimento social, comunitário e familiar.
Hoje temos medo de doença, de assaltos, de acidentes, de desemprego, de seqüestro relâmpago, de engarrafamento, do vício as droga e ao álcool, da solidão e o eterno medo da morte.
Associados a esses medos, juntam-se outros tantos medos típicos de uma geração cada vez mais voltada ao consumo material e pobre na construção do seu ser existencial. Afinal viemos a este mundo para quê? Para sermos cada vez temente á nossa própria espécie?
Eduardo Leite
gastroajuda@hotmail.com
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