O debate das alianças no Paraná virou uma quadrilha de São João. Havia um casório armado, uma noiva ‘prenha’ e feia que é o diabo, um noivo sob a mira do trabuco do sogro, um padre, um xerife e o populacho, ansioso para ouvir o SIM da noiva no altar.
Havia até um batalhão de polícia de prontidão para o caso de aparecer algum vivente ou alguma infeliz determinados a estragar a festa na hora do “se tem alguém que possa impedir esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre”. Não foi preciso.
A revelação bombástica saiu da boca do próprio noivo: “Eu caso, mas quero ser a noiva”! Pra quê? O revertério foi geral. Pipi Ecológico instalado pelos quatro cantos do arraiá não deu conta de suportar o mal-estar causado pela inusitada decisão. E como desde o episódio de Adão e Eva e a maçã, a culpa é sempre da mulher, o noivo alegou que a noiva vinha enrolando e fazendo ‘doce’. Até o pai da noiva teve de admitir que a moçoila não era das mais decididas, tinha muita variação de hormônio, vivia na TPM, era dona de uma instabilidade emocional só inferior à do Xerife, arrumava desculpa pra tudo e chorava por qualquer motivo, por mais bobo que parecesse.
O Xerife, maior interessado no sacramento – suspeita-se que fosse o verdadeiro responsável por embarrigar a rapariga, mas seria um escândalo assumir – mandou seus perdigueiros cercarem a igreja e não deixarem o populacho sair pelo ladrão. Mas foi justo por ali que o noivo conseguiu escapar. A última vez que o avistaram, estava no terreiro ali próximo, cantando de galo. E como canta esse noivo! Catou uma plebeia que se sentara à primeira fila na igreja e não tirava os olhos de cima dele. Ela aceitou que ele casasse vestido de noiva, afinal, fazer as vontades dele seria o mínimo diante do poder de virar para suas amigas encalhadas e manter a pose de “não sou feliz, mas tenho marido”! Só que impôs algumas restrições: “separação de bens”! Ah, vá-vá-vá, não dá pra ceder tudo, né?
No arraiá vizinho, não muito longe dali, mas concorrente em tudo com o outro, como Beltrão e Pato Branco, Grêmio e Internacional, a festa corria à solta. Não tinha noiva, nem nada, mas tinha fogos de artifício, viola caipira, quentão, pinhão, pipoca e rapadura, que todos sabem que pode bem ser doce e tal, mas de mole não tem nada!
Comente e dê nomes aos personagens da quadrilha junina dessas eleições Tabajara.
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