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terça-feira, 22 de junho de 2010

O bastidor da disputa de Dunga com a Globo e o caso Luxemburgo

no VioMundo

Eu, Azenha, não gosto da filosofia de Dunga como técnico da seleção brasileira. Acho que ele enfatiza demais a defesa e que despreza a principal característica do futebol brasileiro, que é jogar bonito e jogar no ataque. Como notou um comentarista, Dunga fez a gente acreditar que time que joga bonito perde. Será desmentido por Dorival Jr., o técnico do Santos, com um elenco infinitamente mais barato que aquele que serve à seleção.
Dito isso, não acho que a TV Globo esteja preocupada com a filosofia de Dunga. A emissora quer ganhar dinheiro. E, se para ganhar dinheiro for preciso causar a derrota da seleção na África do Sul, que assim seja! É um golpe menor diante daqueles que já foram praticados pela emissora. É óbvio que a Globo "edita" a polêmica de acordo com seus interesses comerciais. E a isso chama de "jornalismo". Na reportagem de O Globo, que reproduzo abaixo, por exemplo, o jornal omite as reais causas da disputa e tenta misturar xingamentos de Dunga a jogadores da Costa do Marfim com os palavrões balbuciados pelo treinador na entrevista coletiva, um comportamento de Dunga que considero grotesco.
A seguir, uma coletânea de textos para entender melhor os bastidores da disputa:

22/06/2010 – 06h37
Globo negociou entrevistas com Ricardo Teixeira, mas Dunga vetou
Mauricio Stycer, no UOL
Em Durban (África do Sul)

Por trás do incidente entre Dunga e o jornalista Alex Escobar, da Rede Globo, durante a entrevista coletiva no Soccer City, logo depois da vitória do Brasil sobre a Costa do Marfim, esconde-se uma história que revela o alcance do poder do técnico da seleção brasileira.
O UOL Esporte apurou que a Globo negociou diretamente com Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), entrevistas exclusivas com três jogadores da seleção, entre os quais Luis Fabiano. As entrevistas iriam ser exibidas durante o programa "Fantástico", no domingo, horas depois da partida contra Costa do Marfim, vencida pelo Brasil por 3 a 1. Dunga vetou o acerto.
O incidente entre Dunga e Alex Escobar ocorreu quando o jornalista conversava ao telefone com o apresentador Tadeu Schmidt exatamente sobre este assunto. O técnico percebeu o que ocorria e perguntou: "Algum problema?" Escobar respondeu: "Nem estou olhando para você, Dunga". O técnico replicou em voz baixa, o suficiente para ser captado pelo microfone à sua frente: "Besta, burro, cagão!"
Diversos jornalistas na sala de entrevistas ouviram Escobar desabafar: "Insuportável, bicho, insuportável. O Rodrigo (Paiva) foi revoltado lá falar comigo, cara. O Dunga não deixou. Ninguém. Caraca, nem o Luís Fabiano. Infelizmente. Valeu, Tadeuzão".
Muitos também notaram que Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF, fez o gesto de quem soca a parede a certa altura da entrevista coletiva. Paiva tem tentado se equilibrar entre o atendimento à imprensa e o respeito às exigências de Dunga. No cargo há nove anos, gentil com todos os jornalistas, o assessor dá sinais cada vez mais evidentes de reprovação à política de clausura imposta pelo técnico.
Horas depois do incidente, durante o "Fantástico", Schmidt falou: "O técnico Dunga não apresenta nas entrevistas comportamento compatível de alguém tão vitorioso no esporte. Com frequência, usa frases grosseiras e irônicas". O jornalista da Globo não mencionou, no entanto, o motivo do atrito, ou seja, a recusa do técnico em aceitar um acordo feito entre o presidente da CBF e a emissora.

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