Páginas

terça-feira, 6 de julho de 2010

Exposição mostra como a indústria do fumo enganou as pessoas

Agência Fiocruz de Notícias



Os painéis de fundo preto e letras brancas destacam os cartazes históricos coloridos que divulgam o cigarro como símbolo de status e saúde. Um deles traz a foto de um dos casais de maior sucesso em Hollywood: olhando para o marido Humphrey Bogart, Laurren Bacall diz que adora vê-lo fumar. As propagandas pró-tabagismo das décadas de 1930, 1940 e 1950 contrastam com a publicidade contemporânea, alertas impressionantes sobre os riscos que o cigarro provoca à saúde. Em várias reproduções da época, pretensos médicos de aspecto muito saudável fumam e divulgam resultados de testes pseudocientíficos, concluindo que  determinada marca de cigarro era “muito menos irritante para o nariz e a garganta”. Inaugurada em 2007, na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e fruto de uma parceria com o Smithsonian Institution, a mostra Propagandas de cigarro: como a indústria do fumo enganou as pessoas percorreu várias cidades americanas antes de chegar ao Brasil. Aqui, foi montada pela Nova S/B e já ganhou versões em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro -cidade em que agora está exposta no Castelo da Fiocruz.




 Astros do cinema faziam propagandas de cigarro
Astros do cinema faziam propagandas de cigarro



Em dos cartazes da exposição, um certo dr. Batty's ressalta as qualidades de um cigarro que traz alívio imediato para casos de asma, rinite, falta de ar e gripe. Era fácil esse tipo de publicidade, pois ainda não se sabia que danos à saúde o cigarro provocaria. Quem visitar a mostra vai ficar sabendo, por exemplo, que durante a 1ª Guerra Mundial, o cigarro foi distribuído aos soldados americanos, nas trincheiras. O general John J. Pershing, comandante da Força Expedicionária Americana na Europa, teria declarado que “para vencer a guerra precisamos de fumo como de balas”. Se na 1ª Guerra o cigarro saiu da clandestinidade e motivou atos de civismo, como doações ao Fundo de Tabaco para Nossos rapazes na França, pouco tempo depois a indústria tabagista conseguiu a proeza de transformá-lo em ícone da saúde e modernidade.
“Dê férias para sua garganta”, dizia um anúncio, como tantos outros que alardeavam os benefícios de um cigarrinho: “é natural”, “é refrescante”, “acalma os nervos”, “relaxa”. Em um dos painéis da exposição, o atleta mais famoso do beisebol americano, Babe Ruth, divulga outra marca famosa. E não foram poucos os ídolos do cinema que se destacaram como garotos propaganda das diversas fábricas:  John Wayne, Frank Sinatra, James Stewart, John Crawford, Eva Gabor, Lauren Bacall e seu Humphrey. Até o Gordo e o Magro andaram por lá.
A exposição traz um conjunto de painéis com imagens fortes e texto informativo sobre o Dia Mundial sem tabaco (31 de maio). Este ano, o alvo da campanha é a mulher, pois é a este grupo que o marketing do tabaco tem se voltado ultimamente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 47% dos homens fumam, mundo afora, enquanto a parcela feminina de fumantes tem um índice bem menor, em torno de 12%.
Serviço
Local: sala 307 do Castelo da Fiocruz
Avenida Brasil 4.365, Manguinhos – Rio de Janeiro
Período: até 20/7, de terça a sexta-feira, de 9h às 16h30, e aos sábados de 10h às 16h

Nenhum comentário:

Postar um comentário