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terça-feira, 6 de julho de 2010

Fazendeiros querem reduzir área de proteção

Donos de latifúndios na Floresta Nacional (Flona) de Jamanxim, no Pará, fazendeiros pressionam para que o governo reduza os limites da área, dos atuais 1,3 milhão de hectares para 300 mil hectares. Para isso, contam com o apoio de deputados em Brasília, com o convencimento de populares, e de ameaças a quem se opõe. O chefe da Flona, Lauro Paiva, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiver sidade (ICMBio), disse já ter sido intimidado. “Sou persona non grata nos quatro municípios que circundam a Flona. Os jagunços, de vez em quando, me acham e avisam: ‘Que pena que seu corpo vai ser enterrado sem a sua cabeça’”, conta.
Criada em 2006, a unidade tem altas taxas de desmatamento e criações de gado. O ICMBio fez estudos para redefinir o tamanho da floresta e concluiu que é possível, sem prejuízo para a conservação, excluir 70 mil hectares da unidade, que estão nos seus limites e beneficiariam principalmente os pequenos produtores. O território excluído iria para o programa de regularização fundiária Terra Legal, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

“Os fazendeiros não aceitam. Tem uma especulação violenta lá dentro. Eles compram e vendem terra adoidado. A maioria dos donos nem vive na fazenda. Tem um que eu sei que mora na Espanha”, diz o chefe da unidade.
Projeto
Na Câmara, um projeto de lei do deputado Zequinha Ma rinho (PMDB-PA) propõe a extinção da Flona que, segundo o governo, gera 3 mil empregos. Paiva teme que a região se perca na criminalidade. O chefe da unidade conta que líderes locais vão a programas de rádio estimular o desmatamento, garantindo que nada acontecerá com quem cometer o crime ambiental.

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