As eleições para o Senado confirmaram uma onda vitoriosa de candidatos que foram às urnas apoiados pelo presidente Lula e impuseram derrotas à velha guarda na oposição na Casa.
Dos 54 senadores eleitos ontem, 43 são de partidos que integram a atual base governista, dez de oposição e um de sigla independente.
Outros 27 têm mais quatro anos de mandato.
Nos últimos anos, a oposição se amparava na bancada do Senado para contrabalancear o peso da base "lulista" na Câmara. Uma das derrotas mais duras do governo ocorreu ali: a derrubada da prorrogação da CPMF.
O resultado que sai das urnas indica que, se for eleita no segundo turno, Dilma Rousseff (PT) poderia ter um robusto arco de apoio na Casa _58 ou 59 cadeiras, ante as 39 atuais. Caso José Serra (PSDB) vire a eleição, o fortalecimento de sua base passaria por aliança com o PMDB.
Esse número é relativizado porque há três senadores que podem estar eleitos --Jader Barbalho (PMDB-PA), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ivo Cassol (PR-RO)--, mas suas candidaturas seguem embargadas na Justiça devido à Lei da Ficha Limpa.
O PMDB terá uma bancada de 20 senadores, três a mais do que a atual. O total subirá se a Justiça liberar Jader, que, com 99,2% das urnas apuradas no Pará, tinha 1.776.849 votos e era o segundo colocado, atrás de Flexa Ribeiro.
Proporcionalmente, quem mais ganhou espaço no Senado foi o PT. O partido quase dobrou seu time e saltará de oito para 15 eleitos. A legenda pode perder a vaga de Fátima Cleide (se a Justiça liberar a candidatura de Cassol), mas deverá herdar a de Renato Casagrande (PSB), novo governador do ES.
Outros senadores eleitos para governos estaduais foram Raimundo Colombo (DEM-SC), com suplente do PSDB, e Rosalba Ciarlini (DEM-RN) _seu suplente é do PMDB.
OPOSIÇÃO
Na oposição, o PSDB perdeu duas vagas e terá 11 senadores. O 12º poderá ser Cássio Cunha Lima (PB). Dois nomes históricos sofreram amargo revés: Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM).
O principal líder tucano na nova legislatura será o ex-governador Aécio Neves (MG), que levou o ex-presidente Itamar Franco (PPS), outro novo nome da oposição. Eles se juntarão a Eliseu Resende (DEM) numa bancada mineira 100% oposicionista.
O DEM terá seis senadores, após as derrotas de Marco Maciel (PE), Heráclito Fortes (PI) e Efraim Morais (PB). Cesar Maia (RJ) não se elegeu.
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