A proposta do Executivo trata da instituição da Política Estadual de Fomento à Economia Solidária no estado, que permite à população de baixa renda desenvolver grupos organizados de atividades econômicas – como associações e cooperativas – para entrar formalmente no mercado. Ontem, durante a segunda discussão da matéria, o líder da oposição, Élio Rusch (DEM), apresentou um requerimento solicitando a retirada do projeto por dez sessões, sob o argumento de que a proposta trará impactos para o novo governo. “O projeto não será implantado pelo atual governo. Como diz respeito à futura administração, é preciso que seja analisado pela equipe de transição. Não há motivo para a Assembleia atropelar esse processo”, argumentou. O discurso foi seguido pelo presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, que classificou a medida como uma prevenção. “O Paraná foi governado durante oito anos pelo mesmo partido. Agora só queremos um prazo para avaliar melhor o projeto”, afirmou.
Visivelmente irritado, o líder do governo, Caíto Quintana (PMDB), tachou o posicionamento da oposição como inadmissível e afirmou que, se o atual governo não pode mais aprovar projetos na Assembleia, a Casa poderia entrar em recesso branco até o fim do ano. “Por acaso o futuro governo é contra a distribuição equitativa das riquezas, o desenvolvimento integrado e sustentável, a valorização do ser humano e do trabalho?”, ironizou, ao citar trechos da proposta.
Apesar de o deputado Antonio Anibelli (PMDB), que presidia a sessão, ter tentado negociar um acordo entre as bancadas, o requerimento da oposição foi aprovado por 20 votos contra 12.
O resultado da votação já é uma mostra de que Richa, cuja coligação elegeu 25 dos 54 novos parlamentares, certamente terá maioria na Casa. Dos 13 deputados peemedebistas eleitos na chapa adversária, por exemplo, comenta-se que os únicos que devem se manter na oposição ao novo governador são Caíto Quintana, Nereu Moura e Waldyr Pugliesi. A posição dos sete parlamentares eleitos pelo PDT e pelo PSC ainda é uma incógnita. Por enquanto, a única oposição tida como certa ao futuro governo é a dos seis deputados petistas eleitos.
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