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terça-feira, 23 de novembro de 2010

ONU pede fundos de emergência para enfrentar cólera no Haiti; 1.415 morreram


Vítimas de cólera recebem tratamento em um centro esportivo convertido em centro médico em Cap Haitien, no Haiti
via fSP

O Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês) pediu nesta terça-feira o desbloqueio dos fundos de emergência para enfrentar o surto de cólera no Haiti, que já matou 1.415 em pouco mais de um mês.

Há dez dias, a ONU pediu US$ 164 milhões para combater a doença na ilha, mas apenas US$ 6,8 milhões foram liberados. "O financiamento é muito débil. É uma situação de extrema urgência, uma questão de horas. A epidemia não espera e continua evoluindo", disse Elisabeth Byrs, porta-voz da Ocha.

Ela afirmou ainda que é urgente reabastecer as reservas de material e de medicamentos e ampliar a lista de voluntários. Segundo ela, são necessárias ao menos 130 pessoas para cuidar de um centro de tratamento de cólera com cem leitos.

Atualmente, o Haiti tem 36 centros de tratamento da cólera e 61 unidades menores.

O número de mortos por causa da epidemia de cólera no Haiti aumentou para 1.415 e um total de 60.240 pessoas já foram atendidas em centros médicos desde o início do surto da doença, em 19 de outubro, revelou o Ministério da Saúde haitiano.

MENSAGEM

O Fundo das Nações Unidas para a Infância da ONU (Unicef) informou nesta terça-feira que intensificou a campanha informativa para prevenir a cólera no Haiti. O Unicef revelou em comunicado que, ao lado de organizações parceiras, está pendurando cartazes e transmitindo informações sobre a prevenção da cólera por megafone nos distritos afetados.

A especialista em saúde do organismo da ONU, Mireille Tribie, explicou que a mensagem principal da campanha informativa é que a doença, que pode ser fatal, tem prevenção e tratamento.

"Dizemos à população como se previne, os mecanismos para evitar a infecção e as práticas higiênicas que devem ser aplicadas imediatamente. Além disso, a cólera pode ser tratada se o paciente for diagnosticado", ressaltou.

Enquanto isso, o coordenador do Unicef em Artibonite, Frank Kashando, afirmou que "uma das maneiras mais eficazes de frear a cólera é a prevenção através da comunicação".
"
Divulgamos as mensagens através de megafones, que é a maneira mais rápida, mas também falamos individualmente com as pessoas e entregamos folhetos que ensinam como combater a cólera", acrescentou.

O Unicef informou que continua enviando provisões adicionais e pessoal às áreas afetadas pelo surto, que se espalhou pela República Dominicana, onde contaminou quatro pessoas, mas não causou nenhum óbito.

"A escassez de recursos humanos e de parceiros especializados é um sério obstáculo à contenção da epidemia e à redução do número de mortes", indicou o organismo em seu comunicado, no qual descreveu o drama humano que atravessa a população haitiana por causa da doença.

COMENTÁRIO: Enquanto isso, na América do Norte, o governo injeta U$ 600 Bi para salvar uns bancos que apostaram mal e especularam fora de hora.
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