Essa tranquilidade é passageira. Palácio Iguaçu embalado para presente. Foto: Edson Rimonatto.
A semana que vem promete ser bastante agitada na Assembleia Legislativa do Paraná. De olho nas manobras tradicionais de final de legislatura e nos bastidores da definição do orçamento estadual para 2011, muitas categorias sindicais e lideranças dos movimentos populares já se organizam para lotar as galerias da Casa de Leis.
Movimentos sociais em defesa dos direitos da criança, da mulher e das políticas de assistência social estão programando uma manifestação para segunda-feira (13) com a finalidade de protestar contra as manobras dos deputados da base aliada do futuro governo Beto Richa (PSDB), que pretende atropelar o Pacto pela Infância e Juventude aprovado no governo de Roberto Requião, em comum acordo com as entidades da sociedade civil organizada, e contra a tentativa de barrar a criação da Secretaria Estadual da Mulher. “Vamos acompanhar esse debate e manifestar nossa indignação e discordância com relação à manobra que está sendo feita por alguns deputados aliados do futuro governo, que demonstram desde já a sua falta de compromisso com essa causa tão importante (Infância e Juventude)”, afirma a presidente do PT de Curitiba, Roseli Isidoro.
A ideia da turma do Beto é transformar a política social do estado em “problema de junta”: junta tudo e joga fora! Mas, antes, vai empoderar a primeira dama, Fernandinha Richa, herdeira do maior grupo financeiro do Paraná (Bamerindus/Andrade Vieira), com nada mais, nada menos que uma supersecretaria que engloba e coordena todas as políticas sociais, cacifando-a futuramente com um belo patrimônio político. A supersecretaria de obras também ficará nas mãos da família Richa, sob a guarda do irmão do governador eleito, Pepe “Legal” Richa.
É mergulhada nesse clima agitado, de véspera de férias coletivas e de limpeza da pauta, que os deputados estaduais em final de mandato encontrarão a Assembleia Legislativa na próxima segunda-feira.
Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come! Os servidores do Judiciário, em defesa do Plano de Carreira, também estarão de plantão na Assembleia Legislativa, desde cedo, para acompanhar a votação de emendas na Comissão de Orçamento que tiram recursos previstos para aumentar os cofres do TJ e dão liberdade ao Beto para aplicá-los onde bem entender. Por outro lado, se aprovada a previsão orçamentária como está, o Judiciário vai abocanhar cerca de 9% do orçamento estadual, que é de aproximadamente R$ 26 bilhões (líquido). Os servidores defendem o aumento que vai possibilitar um reajuste salarial. Na manifestação deles em frente ao TJ, uma trilha musical muito sugestiva: “Ei, Al Capone! Vê se te orienta!”.
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