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terça-feira, 1 de março de 2011

Ética de Corsário: Empresas farmacêuticas alemãs são acusadas de contrabandear medicamentos contra a aids subvencionados para países africanos


Descoberta na Alemanha fraude milionária com medicamentos contra a aids

(via Dr Rosinha)
 

Empresas farmacêuticas alemãs são acusadas de contrabandear medicamentos contra a aids subvencionados para países africanos e revendê-los na Alemanha. Prejuízo é estimado em 10 milhões de euros.

 
O Departamento Federal de Investigações (BKA), juntamente com outros órgãos fiscalizadores da Alemanha, investiga uma suposta fraude milionária realizada por grandes empresas farmacêuticas alemãs. Elas teriam contrabandeado da África medicamentos contra a aids subvencionados e os vendido no mercado alemão.
De acordo com o porta-voz do BKA, em entrevista nesta quinta-feira (24/02), várias empresas do ramo farmacêutico ingressaram na Alemanha com uma grande quantidade de medicamentos contra o vírus HIV que eram destinados a pacientes na África, e contabilizaram grande lucro com as irregularidades.
De acordo com o promotor-chefe da cidade de Lübeck, Günter Möller, em consequência o serviço de previdência alemão teria sofrido perdas de mais de 10 milhões de euros.
Dimensão internacional
Até o momento, sabe-se que os acusados são dos estados de Schleswig-Holstein e Renânia-Palatinado. Além das autoridades de Lübeck, órgãos fiscalizadores das cidades de Trier e Flensburg também investigam a irregularidade. O BKA, que entrou no caso devido à dimensão internacional da fraude, até agora não forneceu maiores detalhes a respeito.
Segundo informe da emissora de televisão alemã NDR, os medicamentos contra a aids, em parte em forma de tabletes, foram transportados ilegalmente em bolsas da África e passaram pela Suíça antes de chegar à Alemanha.
"Como estão envolvidas a África do Sul, a Bélgica e a Suíça, esta é uma das maiores investigações que temos realizado", declarou o promotor-chefe de Flensburg, Rüdiger Meinburg. De acordo com a NDR, os acusados faturaram cerca de 6 milhões de euros vendendo os produtos falsificados a preços regulares às caixas de saúde alemãs.
O deputado do Partido Social Democrata (SPD) Karl Lauterbach disse considerar o caso excepcionalmente grave. "Roubar medicamentos destinados às pessoas pobres de países em desenvolvimento para vendê-los mais caros aqui: não sei o que de pior poderia acontecer no setor farmacêutico."
Desde 2009
A fraude foi descoberta, segundo a NDR, em agosto de 2009 em uma farmácia da cidade de Delmenhorst, no estado da Baixa Saxônia, onde um paciente notou que uma das caixas fechadas do remédio estava vazia.
Logo que a empresa farmacêutica GlaxoSmithKline, com sede em Munique, analisou a embalagem, ficou comprovado que tanto ela quanto a bula eram falsos. A empresa retirou os medicamentos do mercado e informou o comércio atacadista e as farmácias sobre o assunto. Outra empresa, a Boehringer Ingelheim, fez o mesmo em 2009 e 2010.
Muitas empresas farmacêuticas disponibilizam seus medicamentos contra a aids às organizações de ajuda humanitária a preços mais baixos do que os normais. Deste modo, tentam evitar que falsificadores de medicamentos burlem a lei de proteção de patentes.
"Os remédios pertenciam a organizações de ajuda humanitária e eram destinados ao tratamento da aids em pacientes sul-africanos", disse Oliver Giebel, porta-voz da AOK, uma das maiores caixas de saúde alemãs.
Os medicamentos entraram na Alemanha por comerciantes atacadistas, apesar de a venda não ser autorizada. Se for confirmada a culpa, os acusados enfrentarão uma pena de três meses até dez anos de prisão. A AOK exigirá, ainda, indenizações de 100% às farmácias envolvidas na venda de remédios falsificados, informou seu porta-voz.

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