Com este editorial com o título "Os militares e as vítimas da ditadura", no qual se perfila hoje com as Forças Armadas contra a criação da Comissão da Verdade que vai investigar os crimes do regime militar, o jornal O Globo faz jus ao seu passado de apoio à ditadura e à repressão aos que a ela resistiram.
No título, que se pretende neutro, na verdade o jornal demonstra não ter coragem de assumir o que vai publicar e defender em seguida no editorial. No texto considera que "é necessário saber o destino dos desaparecidos e também os delitos da esquerda".
Em outras palavras, assume a posição das Forças Armadas que são contra a Comissão, mas como a sabem inevitável, querem a reciprocidade, investigar a esquerda, a oposição e os que integraram a resistência a ditadura.
Esquerda já foi investigada e julgada
O jornal finge esquecer-se que estes já foram julgados. A maioria, apesar de civis, por tribunais militares de exceção e, quando condenados, cumpriram duras penas. Muitos foram torturados, banidos, exilados, assassinados. O jornal quer que sejam investigados e julgados duas vezes?
É o que defendem. Querem nos investigar porque lutamos contra a ditadura. Agora, imagina se nós quiséssemos investigar as Organizações Globo pelo apoio a ditadura!
Ou, por aquela velha denúncia, por muito tempo repetida pelo falecido governador Leonel Brizola, de que o sistema Globo foi montado no pós-golpe militar de 1964 e se tornou esta potência com o apoio – financeiro, inclusive e principalmente – do grupo de comunicação norte-americano Time-Life, o que já era proibido à época pela legislação brasileira
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