Durante Operação Caixa de Pandora, PF encontrou dinheiro enterrado no quintal de Guerner
FELIPE RECONDO - Agência Estado
A promotora do Distrito Federal Deborah Guerner quer de volta os R$ 280 mil - em dólar, euro e real - que guardava enterrados no quintal de sua casa em Brasília e que foram apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Caixa de Pandora.Ela responde a processo na Justiça Federal e foi denunciada por tentar extorquir o ex-governador José Roberto Arruda (filiado ao DEM à época e atualmente sem partido) a pagar R$ 2 milhões. Em troca, o grupo integrado por Guerner não divulgaria o vídeo em que Arruda é filmado recebendo dinheiro do delator do esquema do mensalão do DEM, Durval Barbosa.
Apesar dessas denúncias, já aceitas pela Justiça Federal, o advogado de Deborah Guerner, Paulo Sérgio Leite Fernandes, afirmou que ela e o marido, Jorge Guerner, tinham condições financeiras para juntar os R$ 280 mil. O dinheiro seria, portanto, de fonte lícita.
"Ela ganhava bem no Ministério Público. E o marido era um comerciante bem sucedido. Eles tinham o suficiente para manter esse padrão", afirmou o advogado. A apreensão pela PF, na opinião do advogado, seria indiscriminada.
Esse dinheiro seria usado por Deborah Guerner para pagar o tratamento psiquiátrico a que ela estaria se submetendo, conforme o pedido feito ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). De acordo com sua defesa, ela teria se afastado do Ministério Público porque seria bipolar. O problema, de acordo com a defesa, foi atestado por dois médicos.
Tratamento. Deborah Guerner não recebe salário desde agosto deste ano. A suspensão no pagamento do salário é consequência da decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) de pedir a sua demissão e a do ex-procurador-geral do DF Leonardo Bandarra. Sem esse dinheiro, afirmou o advogado, ela não poderia seguir o tratamento.
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