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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

França conhecia riscos de próteses desde 1996



As autoridades sanitárias da França haviam recebido os primeiros alertas anônimos sobre a má qualidade das próteses de silicone PIP em 1996, e desde então eram"ludibriadas "pelo proprietário da companhia, Jean-Claude Mas.

O mea-culpa foi feito ontem, em Paris, pela direção da Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde, que publicou o relatório sobre as investigações das fraudes envolvendo os implantes.

O relatório visava a explicar as falhas de fiscalização que haviam resultado no escândalo de saúde pública, mas acabaram resultando em mais críticas à direção dos órgãos ligados ao Ministério da Saúde do país.

O texto faz a cronologia dos acontecimentos, desde o início da produção pela PIP, em 1991, até o fechamento da empresa, em 2010. Segundo o documento, em agosto de 1996, a Direção dos Hospitais, subordinada ao ministério, recebeu cartas e fax anônimos que advertiam as instituições de que a PIP fraudava a fiscalização, fabricando produtos fora das especificações. Então uma investigação chegou a ser aberta pela procuradoria da cidade de Toulon.

A conclusão dessa investigação já chamava a atenção para os problemas de fabricação, em especial o "risco elevado de ruptura" das próteses. Então um recall foi anunciado e a licença da empresa, temporariamente cancelada.

Ainda assim, a secretária de Estado de Saúde, Nora Berra, não vê razões para responsabilizar as autoridades de fiscalização do país. "Não houve falhas maiores das autoridades, mas um problema de enquadramento global dos dispositivos médicos", justificou.

Além da apuração do ministério (de caráter administrativo), a Justiça faz uma investigação de caráter penal. Nela, Mas é o principal suspeito.

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