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quinta-feira, 15 de março de 2012

Para contribuir com o debate, o contraponto de Gonçalo Vecina: Saúde pública gerida pelo setor privado pode ser até 30% mais eficiente


O superintendente do Sírio-Libanês, Gonçalo Vecina, defende modelos de Organizações Sociais de saúde para uma gestão mais profissional
“As parcerias entre o setor público de saúde e o privado, por meio de Organizações Sociais de saúde (OSS), já comprovaram que uma instituição de saúde pública, administrada pelo setor privado, pode ser até 30% mais eficiente”. A afirmação foi feita pelo superintendente do Sírio-Libanês, Gonçalo Vecina, durante a aula magna, sob o tema Saúde no Brasil e o futuro, do curso de Pós Graduação em hotelaria hospitalar do Centro Universitário Senac, na última terça-feira.
Vecina criticou duramente os opositores aos modelos de Organizações Sociais de saúde (OSS) e outros tipos de parcerias entre setor público e privado, que alegam a tentativa de privatização da saúde pública por meio destas alternativas. “Quando se fala em gestão, meia dúzia de ignorantes, que não sabem a diferença entre “ser estatal” e “ser público” dizem que isso é privatização. Quando o ministro Temporão mandou para o congresso o Projeto de Lei que recria a fundação estatal de direito privado, os ignorantes falaram que isso é privatização e, na verdade, não é. Ela é estatal e pública.”
“A sociedade brasileira precisa criar um compromisso diferente com a saúde que ainda não temos. Hoje vivemos um momento em que existe um sanitarismo militante que consegue servir, mas não discutir um financiamento adequado ou gestão eficiente, por exemplo.”
Nos EUA, instituições de saúde que prestam serviços ao governo, como a Kaiser Corporatiom, trabalham com cerca de meio leito para cada mil habitantes, enquanto no Brasil essa média é de 1,8 leitos por mil habitantes. “Para atingirmos o número americano, precisamos aumentar a carga de atenção e prevenção à saúde, aumentar a capacidade de utilizar recursos como a cirurgia ambulatorial, atenção domiciliar. Temos que mudar nossos processos de fazer atenção à saúde. Este é o nosso desafio, e temos condições de superá-lo se conseguirmos gerenciar intrinsecamente a saúde.”, completa Vecina.
Na ocasião, o superintendente também destacou a importância de um maior comprometimento da sociedade com a saúde pública e seu financiamento no País. “A sociedade tem que participar das discussões sobre o que é bem estar social e o que não podemos abrir mão. Este é o desafio mais importante que temos de superar para conseguir construir o futuro que queremos para nós e nossos filhos na a saúde. É possível pensar em um Brasil diferente.”

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