Esquerda.net via blog do Nassif
Um dia após os médicos cumprirem a sua quinta semana de greve, a Assembleia de Madrid aprovou uma lei que abre caminho à privatização de seis hospitais e 27 centros de saúde da região e que atribui benefícios fiscais a projectos megalómanos, como é o caso do projecto Eurovargas, do magnata Sheldon Adelson.
Foto EPA/KOTE/LUSA.
Esta quinta feira, a Assembleia de Madrid aprovou, com os votos a favor do PP e os votos contra de toda a oposição (PSM, Esquerda Unida e UPyD), a lei de Medidas Fiscais e Administrativas da Comunidade de Madrid para 2013, que, entre outras medidas, abre a porta à privatização de seis hospitais, localizados em Vallecas, San Sebastián de los Reyes, Coslada, Arganda, Aranjuez y Parla, e de 27 centros de saúde da região.
Mediante a privatização destes estabelecimentos de saúde, aproximadamente 1,5 milhões de cidadãos passarão a ser atendidos em hospitais e centros de saúde com gestão privada.
A lei de Medidas Fiscais e Administrativas da Comunidade de Madrid para 2013 prevê também, entre outros, um corte no orçamento das seis universidades públicas de 16%, uma redução de 4,9% no orçamento da Saúde, a introdução da taxa de um euro por receita e um corte orçamental de 21% no setor dos transportes.
Esta legislação, também conhecida por ‘Ley Escoba’, modifica ainda a Lei do Jogo, contempla a liberalização do período de saldos dos estabelecimentos comerciais e atribuiu benefícios fiscais alargados a projectos como o Eurovegas – projecto do magnata Sheldon Adelson que junta seis casinos e doze hotéis na região.
Durante a discussão da ‘Ley escoba’ na Assembleia madrilena, a oposição exigiu a demissão do conselheiro para Saúde do executivo, Javier Fernández-Lasquetty, acérrimo defensor da privatização dos serviços de saúde.
“Não podem dedicar 8 milhões a impedir despejos, mas perdoam 1.800 milhões aos casinos”, acusou a representante da Izquierda Unida, Libertad Martínez.
Demissões em bloco contra privatizações
Nas últimas semanas, os protestos contra os cortes no serviço nacional de saúde e medidas que incluem a privatização de áreas do setor têm sido uma constante.
Os médicos entraram esta quarta feira na quinta semana de greve indefinida, que está a ter uma adesão de 70% dos profissionais. Entretanto, as direcções dos 270 centros de saúde da região aprovaram a semana passada demitir-se em bloco para tentar travar as privatizações, sendo que as direcções de, pelo menos, 125 centros já confirmaram a sua demissão.
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